quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Prouni e EAD são aliados no acesso ao ensino superior


Em 2019, 45% das bolsas integrais concedidas pelo Governo Federal foram para cursos a distância; inscrições de 2020 abrem na próxima terça-feira (28)



O Programa Universidade para Todos (Prouni) e o ensino a distância (EAD) estão cada vez mais unidos para facilitar o acesso da população de baixa renda aos cursos superiores. Em 2019, dentre as bolsas integrais concedidas pelo Prouni, 45% foram para cursos em modalidade EAD, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). A partir da próxima terça-feira (28), estudantes de todo o país podem se inscrever na edição de 2020.

"Além de obter a isenção de mensalidade pelo programa, o estudante de baixa renda conta com outras vantagens do EAD. Seus gastos com transporte e alimentação ficam reduzidos, pois não é necessário se deslocar até o campus. Por conta da flexibilidade de horários, ele também pode trabalhar e estudar sem se sobrecarregar", defende o reitor do Centro Universitário Internacional Uninter, Benhur Gaio.

Outra vantagem do Prouni no EAD é o preço da mensalidade para bolsistas parciais. Enquanto a média de valores para cursos presenciais é de R$ 1.231, para cursos a distância é de R$ 444 mensais (Semesp). "No EAD, temos menos custo com honorários dos professores e com manutenção de espaço físico, por exemplo. Por isso, é possível ofertar formações a preços mais baixos", coloca Gaio.

Estudante de Jornalismo na Uninter desde 2017, Julia Haraka, 19 anos, tem bolsa integral pelo Prouni. "Sem o desconto, não conseguiria fazer uma faculdade particular, pois não cabe no orçamento da minha família. Tenho dois irmãos mais novos que precisam de gastos em outras áreas, então ficamos bem aliviados em conseguir a bolsa", conta.

Foto: Julia Haraka (em pé, a esquerda) com colegas de curso em evento para estudantes de jornalismo realizado em São Paulo, em 2018. Arquivo pessoal


Ela estuda na modalidade semipresencial e precisa se deslocar até o campus apenas duas vezes por semana. Assim, consegue conciliar o curso com um estágio de 20 horas semanais sem se esgotar. "Eu faço meus próprios horários. Em comparação com ter aulas todos os dias, acho que absorvo melhor os conteúdos pelo semi. Tenho mais tempo para estudar sozinha e levantar minhas dúvidas", pontua.

Como funciona o Prouni

Para participar do Prouni, o estudante não pode ter outra graduação, precisa ter pontuado acima de 450 no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e deve ter concluído o ensino médio em escola pública — ou escola particular com bolsa integral. Aqueles que aplicam para bolsas integrais devem comprovar renda bruta per capita de até 1,5 salário mínimo; para bolsas parciais (50%), entre 1,5 e 3 salários mínimos.

Portadores de deficiência e professores da rede pública de ensino também podem participar do programa. No último caso, não é preciso comprovar a renda, mas só é possível se inscrever para cursos de licenciatura — Matemática, Química, Física, Biologia, Letras, etc. "As licenciaturas sempre foram o carro-chefe do EAD, tendo a maior proporção de estudantes em quase todas as instituições de ensino. Para os professores do ensino básico, está cada vez mais fácil se capacitar", explica Gaio.

Dicas para inscrição

Para se inscrever no Prouni, basta entrar no site prouniportal.mec.gov.br com o número de inscrição no Enem 2019 e senha a partir do dia 28 de janeiro. No site, estarão listadas as instituições de ensino e cursos disponíveis pelo programa. As inscrições serão aceitas até o dia 31 de janeiro.

Os estudantes que têm interesse em aplicar para vagas a distância podem se adiantar pesquisando quais instituições têm polos de apoio presenciais em sua região e, dentre essas, quais participam do Prouni. No segundo semestre de 2019, a Uninter ofertou 3,5 mil bolsas para 45 cursos em todo o país.




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