O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, tem o
intuito de conscientizar a população sobre a importância de hábitos saudáveis
para prevenção da doença e mobilizar os governos para a criação de medidas de
controle do câncer. Nesta data, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP), alerta para um dos tipos da doença que mais acometem os brasileiros: o
câncer de boca.
O câncer da cavidade oral aparece na 12º posição
entre os tipos mais frequentes da doença no Brasil, sendo o 5º mais comum
considerando apenas homens, que representam mais de 70% dos casos. Levantamento
do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que mais de 14 mil casos sejam
registrados no país anualmente.
Segundo o cirurgião-dentista Celso Lemos,
integrante da Câmara Técnica de Estomatologia do CROSP, a faixa etária que mais
sofre com a doença é a dos 50 aos 60 anos. Isso porque a incidência do
tabagismo, uma das principais causas da doença, é bastante alta nesse grupo.
“Cerca de 80% dos pacientes diagnosticados nessa faixa etária fumam ou
fumaram por muito tempo, além do consumo de álcool em excesso”, afirma o
profissional.
Outros fatores estão relacionados com esse tipo
de câncer, como maus hábitos de higiene oral e o vírus HPV. “Nos últimos anos
foi detectada a relação entre o vírus HPV e os tumores de orofaringe (base da
língua e garganta). Portanto, a recomendação é usar preservativo nas relações
sexuais e vacinar meninas e meninos, a partir dos 8 anos de idade, contra o
HPV”, alerta Lemos.
Diagnóstico
O diagnóstico tardio é um dos maiores problemas
para quem enfrenta o câncer de boca, uma vez que, na maioria dos casos, a
doença não apresenta sintomas nos estágios iniciais. Por isso a
importância de consultas regulares. “Visitas periódicas as(os)
cirurgiãs(ões)-dentistas e a atenção a qualquer sinal de alteração nas mucosas
da boca, aumentam as chances de um diagnóstico precoce, que poderá ser feito
por uma(um) estomatologista”, diz Lemos.
Os primeiros sinais do câncer bucal incluem
manchas brancas ou vermelhas na mucosa da boca, aumento de volume em regiões da
boca, cabeça e pescoço e feridas semelhantes a aftas, que não cicatrizam após
15 dias.
Atendimento
Na cidade de São Paulo, as(os)
cirurgiãs(ões)-dentistas da rede de Atenção Primária à Saúde (APS) das Unidades
Básicas de Saúde estão aptos a identificar qualquer alteração dos tecidos
bucais, encaminhando pacientes para estomatologistas nos Centros de
Especialidades Odontológicas (CEO) para diagnóstico em caso de detecção de
qualquer anomalia. Em 2019, 227 casos de câncer de boca foram detectados nos
equipamentos municipais de saúde da capital segundo a Secretaria Municipal de
Saúde de São Paulo.
Conselho Regional de
Odontologia de São Paulo (CROSP)
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