O
voluntariado engajado não deve ser confundido com nenhum tipo de
assistencialismo
Há cerca de cinco anos, as empresas estavam preocupadas
em alinhar seus programas de voluntariado aos objetivos de negócio. Hoje, estão
mais preocupadas com os impactos internos na corporação e com a aquisição de
habilidades de seus funcionários. A conclusão é um dos destaques da Pesquisa
Voluntariado Corporativo no Mundo, elaborada pelo Itaú Social. "O estudo
foi realizado com 47 empresas nacionais, regionais e mundiais, sediadas na
Ásia, Europa, África, América do Norte e América do Sul", relata Vininha
F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News e Negócios (www.revistaecotour.news).
O voluntariado engajado não deve ser confundido com
nenhum tipo de assistencialismo, pois tem como objetivo despertar as pessoas
para os seus direitos como cidadãos e também para a força que elas passam a ter
quando se organizam. Os brasileiros formam um exército silencioso de quase 7,5
milhões de voluntários - o equivalente a 4,4% da população com mais de 14 anos.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua, divulgada
pelo IBGE. Mesmo assim, o Brasil foi o pior colocado na América Latina em 2018,
segundo World Giving Index. Trata-se da maior pesquisa sobre doação e mede o
grau de solidariedade de várias nações. O movimento do voluntariado é um dos
principais pilares do terceiro setor, que atua para promover o desenvolvimento
social.
A maioria das empresas se organiza e administra seus
programas de voluntariado por meio de comitês. Essas pequenas células favorecem
a conexão com o programa central, o vínculo com os voluntários e as parcerias
locais com as organizações da sociedade civil. Os comitês podem ser regionais,
ou podem estar organizados também por área de atuação (como meio ambiente,
diversidade, empreendedorismo comunitário) ou área interna da empresa (como
finanças e recursos humanos).
Quase quatro em cada dez brasileiros (37%) se dizem
dispostos a usar de 30% a 50% do tempo das suas férias para se dedicar ao
volunturismo, que acontece quando o turista se envolve em alguma atividade não
remunerada em prol do bem-estar social e/ou ambiental do destino que visita. É
o que aponta uma pesquisa da Booking.com, que teve o objetivo de analisar o
comportamento de viajantes de Brasil, Argentina, Colômbia e México.
Para o turista brasileiro, as razões que o motiva a fazer
turismo de voluntariado são a satisfação pessoal (67%), a possibilidade de
conhecer profundamente o destino visitado (64%) e o simples fato de gostar de
ajudar (57%). Outro aspecto importante para 30% deles é o peso que o
volunturismo pode ter no currículo profissional -- o número mais alto quando
comparado com colombianos (21%), mexicanos (17%) e argentinos (12%), para quem
o enriquecimento profissional não é tão evidente.
"O volunturismo não traz benefícios só para o
próximo, se envolver em ações humanitárias ajuda no desenvolvimento da vida
pessoal e profissional do voluntário. Habilidades como empatia, trabalho em
equipe, capacidade de resolução de problemas, liderança, raciocínio lógico,
proatividade e muitas outras são fortalecidos com essa experiência",
enfatiza Vininha F. Carvalho.
No geral, os trabalhos que mais despertam interesse dos
latino-americanos quando estão viajando são voltados para a natureza, educação
e bem-estar dos animais. Estas atividades são as principais em quase todos os
países.
O trabalho voluntário é uma experiência enriquecedora que
transforma a vida das pessoas, por meio de uma relação de troca entre a
comunidade e o voluntário. Ele merece um destaque no currículo, pois é sempre
muito valorizado pelos recrutadores, já que possibilita o desenvolvimento de
outras habilidades importantes para o ambiente corporativo. Muitas empresas
valorizam este tipo de atividade no currículo e que em alguns casos pode até
ser um fator de desempate.
"Ajudar alguém traz reações fisiológicas que
desencadeiam uma série de benefícios ao corpo e à mente, como menos reatividade
ao estresse, melhor qualidade de sono e padrões de atividade cerebral que
foram associados a níveis mais baixos de depressão", conclui Vininha F.
Carvalho.
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