quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Dor de cabeça na TPM: como ela pode influenciar nas tarefas do dia a dia?


Todo mês é a mesma coisa: além da cólica, das dores nos seios e nas costas, irritabilidade, ansiedade e inchaço, a forte dor de cabeça. A Tensão Pré-Menstrual, mais conhecida como TPM, faz com que cerca de 80% das brasileiras, de acordo com dados do Ministério da Saúde, convivam com pelo menos um desses sintomas todos os meses. Entre os que mais afetam o dia a dia estão a cólica e a dor de cabeça. Essa última que se torna ainda pior quando a mulher tem propensão a enxaqueca.
Os números são altos: 31 milhões de brasileiros entre 25 e 45 anos convivem com enxaqueca crônica, como estima a Organização Mundial da Saúde (OMS). No mundo, a enxaqueca atinge 1 bilhão de pessoas, de acordo com dados da Fundação de Pesquisa sobre Enxaqueca (Migrane Research Foundation), sendo a terceira enfermidade mais prevalecente do planeta.
A pesquisa da fundação mostra que as mulheres sofrem mais de enxaqueca do que os homens na vida adulta, fato que é corroborado por pesquisas anteriores. Um estudo publicado em 2014 no Current Opinion in Neurology, por exemplo, observou que "como o estrogênio pode estender seu impacto em uma variedade de sistemas, seu papel na dor de cabeça é provavelmente multifatorial, incluindo modificações celulares e genéticas diretas no sistema nervoso central (SNC) – potencialmente como resultado de seu efeito no humor e na percepção da dor".
O problema está diretamente relacionado à queda da produção dos hormônios femininos estrogênio e progesterona, que ocorre no período menstrual. “O cérebro de quem tem enxaqueca é muito sensível a certos estímulos externos e internos. As crises agudas de enxaqueca são três vezes mais comuns nas mulheres, quando comparadas aos homens, por conta da fisiologia feminina. Conhecer seu corpo e como ele é afetado pela enxaqueca pode ajudar a conviver melhor com ela”, afirma Dra. Francine Mendonça*, médica neurologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Problemas no dia a dia
Uma pesquisa feita pela farmacêutica Novartis em parceria com a Aliança Europeia para Enxaqueca e Cefaleia aponta que 45% das pessoas apresentam redução de produtividade após o início das crises de enxaqueca, e 17% chegam a faltar no trabalho durante os picos de dor. O levantamento, que contou com a participação de 11 mil pessoas com enxaqueca em 31 países, incluindo o Brasil, revelou ainda que 82% delas sentem prejuízos na vida social e que mais da metade (56%) simplesmente desistiu de atividades diárias e hobbies.



Dra. Francine Mendonça - Formada na Universidade Federal de Alagoas, fez Residência Médica em Neurologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), onde mais tarde especializou-se em Transtornos do Movimento. Atua principalmente no tratamento de AVCs, convulsões, insônia, dores de cabeça e demências.


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