De acordo com dados da OMS
(Organização Mundial de Saúde), o transtorno bipolar, ou bipolaridade, atinge
cerca de 4,2 milhões de brasileiros. Muitas vezes, a doença é confundida com
alterações normais de humor, característica comum a qualquer pessoa. Daí a
banalização com a bipolaridade, transtorno cujo risco de apresentar
comportamento suicida chega a ser 28 vezes maior do que no resto da população.
Segundo o psiquiatra Dr. Elie
Cheniaux, professor titular de psiquiatria da UERJ e membro licenciado da
Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro; há, basicamente, dois tipos de
transtorno bipolar: o tipo I, que apresenta quadros de mania e depressão; e o
tipo II, com episódios de hipomania e depressão.
No episódio de mania, o
portador apresenta euforia intensa, alegria fora do normal, ideias de
grandiosidade, elevada autoestima e autoconfiança com perda do bom senso, que
pode atingir um grau fora da realidade (delírio). Ao mesmo tempo, a pessoa pode
ter irritabilidade, impulsividade e um alto nível de distração.
O pensamento fica acelerado,
muitas ideias fluem simultaneamente ou numa sequência rápida, a ponto de a
pessoa não conseguir expressar verbalmente. Tem diminuição da necessidade de
sono, comportamento sexual excessivo, descontrole nos gastos e atitudes sem a
percepção de sua inadequação.
O episódio de hipomania,
segundo Cheniaux, tem características similares ao episódio de mania, porém, os
sintomas são mais brandos.
Já o episódio de depressão se
caracteriza por tristeza profunda, apatia, ansiedade, fadiga excessiva, falta
de energia, pensamentos negativos (culpa, baixa autoestima) que podem ser
intensos a ponto de configurar um delírio. Algumas pessoas apresentam insônia,
enquanto outras têm hipersonia (dormem mais do que o habitual).
Há mudanças no apetite, na
maior parte das vezes, com diminuição da fome e desinteresse pela comida, mesmo
em se tratando de alimentos dos quais ela costuma gostar. A pessoa perde a
libido e o interesse nas atividades em geral. Nos casos graves de depressão, há
ideias de suicídio, muitas vezes, chegando a planejar e tentar o suicídio.
De acordo com o psiquiatra
Elie Cheniaux, o tratamento depende da fase da doença. Os quadros
maníacos/hipomaníacos são tratados com estabilizadores do humor, associados ou
não aos antipsicóticos. Os quadros depressivos (depressão bipolar) também podem
ser tratados com antipsicóticos ou anticonvulsivantes. Os antidepressivos podem
ser indicados, porém, tendem a desencadear um quadro maníaco/hipomaníaco.
Os medicamentos
estabilizadores do humor, como o lítio, são usados continuamente para evitar ou
reduzir as chances de um episódio agudo (mania ou depressão). Os portadores de
transtorno bipolar devem também evitar mudanças significativas de horário de
sono (manter um horário de dormir e de acordar relativamente constante) e uso
de drogas (podem desencadear quadros crônicos).
“Na dúvida quanto à possibilidade de ser portador de transtorno bipolar, o ideal é consultar um médico psiquiatra, que poderá fazer a avaliação dos sintomas, fazer o diagnóstico e indicar os tratamentos adequados”, aconselha Elie Cheniaux.
“Na dúvida quanto à possibilidade de ser portador de transtorno bipolar, o ideal é consultar um médico psiquiatra, que poderá fazer a avaliação dos sintomas, fazer o diagnóstico e indicar os tratamentos adequados”, aconselha Elie Cheniaux.
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