Ultrassom Focado de Alta Intensidade (HIFU) e
Greenlight Laser Therapy são novos procedimentos que auxiliam no tratamento de
enfermidades que atacam os homens
Ainda
é alto o número de homens atingidos pelo câncer de próstata no Brasil. Segundo
dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que mais de 68 mil
homens foram diagnosticados com a doença em 2018. Apesar do alto número, o
segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele
não-melanoma), a chance de cura da doença pode ultrapassar a 90% se descoberta
no estágio inicial, muito por conta do avanço das tecnologias na área da saúde.
Uma
das tecnologias mais recentes utilizadas no Brasil no combate à doença é o
Ultrassom Focado de Alta Intensidade, mais conhecido pela sua sigla em inglês
HIFU. Usada no Brasil desde 2011, uma das grandes vantagens da técnica é o
tratamento minimamente invasivo, pois não exige cortes e perfurações abdominais
no paciente. De acordo com o urologista e cirurgião robótico Fernando Leão, o
HIFU é uma opção para tratamento do câncer primário e localizado em fase
inicial. “A tecnologia destrói tumores da próstata por promover um mecanismo de
necrose. É uma alternativa de tratamento para quem não tem condições de ir para
uma cirurgia por conta da idade ou porque está com a saúde debilitada e
pacientes que já foram submetidos à radioterapia prévia”, explica o
profissional que é treinado na tecnologia no Hospital Montsouris, em Paris.
Fernando
Leão ainda ressalta que outra vantagem da técnica é a rápida recuperação.
“Normalmente o procedimento é ambulatorial com alta no mesmo dia ou internando
por 24 horas”, destaca o profissional. Apesar dos benefícios do HIFU, o
urologista afirma que a tecnologia está distante de grande parte da população e
sua disseminação ainda é um grande desafio que envolve a iniciativa privada, o
governo e a área acadêmica.
“A
tecnologia está presente em apenas cinco estabelecimentos hospitalares em São
Paulo e ainda não integra a lista de coberturas mínimas da ANS [Agência
Nacional de Saúde], apesar de já estar aprovado pela Anvisa [Agência Nacional
de Vigilância Sanitária]. Isso acaba dificultando a tecnologia de ser incluída
no rol de procedimentos cobertos pelas operadoras de saúde e,
consequentemente, limitando o acesso da população”, explica o urologista.
Realidade em Goiânia
Outro
problema que atinge com frequência os homens é a hiperplasia benigna da próstata
(HPB), que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve atingir 80%
dos homens com mais de 50 anos até 2050. A HPB é o aumento não canceroso da
glândula que comprime a uretra e obstrui o fluxo urinário, o que pode acarretar
em lesões nos rins.
O
especialista Fernando Leão, que integra o corpo clínico permanente do hospital
Albert Einstein, explica que essa tecnologia que combate a HPB já está
disponível em Goiânia há quase cinco anos, o Greenlight Laser Therapy
(vaporização fotosseletiva da próstata a laser). “A terapia reduz o tempo de
recuperação e internação quando comparado à cirurgia tradicional", explica
o urologista.
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