Estudo realizado
pela parceria entre Toluna e SBVC revela que 89% dos consumidores afirmam que o
acesso à loja é de extrema relevância em sua decisão de escolha
Segundo estimativas do IBGE, a parcela da população
brasileira com alguma deficiência intelectual, motora, visual ou auditiva
passou de 14% em 2000 para 24% em 2010, totalizando 45,6 milhões de pessoas. No
Brasil, são 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, das quais
mais de 528 mil são incapazes de enxergar e 6 milhões possuem baixa visão ou
visão subnormal. Além dessas, 29 milhões de pessoas têm alguma dificuldade
permanente de enxergar, mesmo usando óculos ou lentes. O Brasil está no momento
de integrar esse público, proporcionar mudanças e trazer novas oportunidades.
A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC),
em parceria com a Toluna, realizou um estudo sobre os hábitos de compra da
população que possui algum tipo de deficiência física. Foram analisados os
fatores que levam esse público a consumir, os aspectos que mais prezam em suas
compras, as principais barreiras que os impedem de ter uma experiência de
compra “muito boa”, e a presença do varejo digital no cotidiano da população.
Para esse consumidor, comprar online já é uma
realidade: 37% são consumidores que compram mensalmente, e 23% quinzenalmente.
O consumo por meio de smartphones (46%) está em um patamar
próximo a computadores (50%), e tablets (4%). “Pelo tamanho que esta
parcela da população representa, é importante o varejo entender cada vez mais
esse consumidor e buscar soluções para esse público. É preciso investir na
experiência de compra, consequentemente em treinamento dos funcionários, e
principalmente na acessibilidade das lojas”, afirma o presidente da SBVC.
O estudo revelou que o consumo relacionado a itens
básicos é feito com mais frequência: 61% dos entrevistados costumam ir
semanalmente a redes de supermercados e 37% afirmam consumir mensalmente em
drogarias e farmácias. Vinte e nove por cento do público costuma ir mensalmente
a shoppings centers, em busca de itens ocasionais de compra, e 21% afirmam
frequentar eventualmente esse canal. “Supermercados, drogarias e farmácias são
utilizados como canais de reposição de itens básicos, de forma concomitante e
às vezes concorrente. A conveniência é um aspecto muito relevante na decisão de
compra do público”, afirma Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de
Varejo e Consumo (SBVC).
De modo geral, os consumidores afirmam que a
experiência de compra oferecida pelo varejo é bastante positiva: 72% dos
frequentadores de supermercados e 73% dos que vão a shopping centers apreciam a
experiência (somando as avaliações “Muito boa” e “Boa”). Farmácias e Drogarias
oferecem a “melhor experiência” a esse consumidor: 74% sentem que sua jornada
de compra nesse tipo de loja é positiva.
Dificuldade de acesso à loja, corredores estreitos,
escadas e degraus, altura das gôndolas e dos caixas são aspectos que atrapalham
a experiência de compra, pois dificultam o deslocamento pelo PDV e a finalização
bem-sucedida da compra. “Apesar do consumidor citar a acessibilidade das lojas
como ponto negativo, ainda assim, esses consumidores avaliam às lojas de
maneira positiva, dando nota 7,5 ao atendimento”, ressalta Eduardo Terra.
Metodologia
O estudo entrevistou 892 consumidores em todo o País, e teve como objetivo quantificar aspectos relacionados aos hábitos de compra da população com algum tipo de deficiência física, com especial interesse na comparação entre lojas físicas e online. Dos respondentes, 76% são familiares ou amigos, responsáveis por auxiliar o deficiente físico em suas compras. Dentre as deficiências pesquisadas, 44% são deficientes das funções motoras inferiores, 24% deficientes visuais, 20% deficiência auditiva e 12% deficientes das funções motoras superiores.
O estudo está disponível no site: http://sbvc.com.br/estudo-o-varejo-e-o-consumidor-com-algum-tipo-de-deficiencia-fisica/
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