Confira 5 dicas de
Flora Victória, especialista em psicologia positiva, antes de ir às compras e
fuja das tentações
No próximo dia 29, milhares de consumidores vão às
compras na Black Friday. A data virou símbolo do varejo nacional e leva milhões
de ávidos consumidores à caça das promoções. Além do forte atrativo
publicitário, ela acontece pertinho do pagamento do 13º salário e Natal, dois
estímulos de peso para quem adora gastar. Mas será que você está gastando pelas
razões certas? Nesta Black Friday, vai comprar por necessidade ou consumismo?
De acordo com pesquisa encomendada pelo Google à
Provokers, a intenção de compras online dos consumidores durante a Black Friday
aumentou 58% em comparação ao ano passado. Já a previsão do Busca Descontos,
idealizador do evento no País, é que a edição deste ano deve movimentar R$ 3,15
bilhões no comércio eletrônico brasileiro - um crescimento de 21% na comparação
com 2018. A projeção leva em conta apenas as vendas realizadas da meia-noite de
quinta até a meia noite da sexta-feira.
Mas o que leva as pessoas a comprarem tanto em um
único dia, como se não houvesse amanhã? Por que é tão difícil resistir ao
impulso de comprar? Para ambas as perguntas é preciso refletir se o ato de
consumir é fruto de uma necessidade de compra real ou de um subterfúgio às
pressões do cotidiano?
A cultura de consumo faz com que as pessoas comprem
produtos ou serviços que, muitas vezes, elas não precisam. Isto acontece porque
vivemos em sociedade, interagimos com diferentes perfis de pessoas e somos
expostos a inúmeros estímulos. Por isso, é muito comum ceder ao impulso de
comprar apenas para se posicionar dentro de um grupo ou camada social. Há
também aqueles que compram na tentativa de amenizar frustrações ou dores
cotidianas.
Para Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva
Aplicada pela Universidade da Pensilvânia e presidente da SBCoaching, o “ato de
comprar proporciona uma breve sensação de felicidade e bem-estar. O problema é
que, uma vez satisfeito, o desejo de consumo é rapidamente substituído por
outro, fazendo com que a busca pelo prazer no consumo represente uma satisfação
substitutiva”.
A especialista em psicologia positiva lembra uma
reflexão de Freud, que já dizia: ao considerar as imposições da vida, a
pessoa busca a saída do mal-estar pelas medidas paliativas na tentativa de
amenizar o sofrimento. “Ou seja, o indivíduo enxerga essas medidas como saídas
aparentemente mais fáceis para sanar um problema, ao invés de encarar e
enfrentar a realidade”, esclarece Flora.
O problema pode estar na sua
ideia de bem-estar
Sabe aquela sensação de 'não estou triste, mas
também não estou feliz’? O bem-estar é mais que a ausência de estados
psicológicos negativos; ele é diretamente influenciado por perspectivas
subjetivas, por metas sem alinhamento com seus propósitos, com o que lhe motiva
e lhe traz satisfação. "Sem saber, a pessoa acaba se autossabotando. Sua
busca pelo bem-estar pleno, inevitavelmente, fracassa, porque ela deixa de
atender suas necessidades e desejos enquanto indivíduo", salienta Flora
Victoria.
O bem-estar subjetivo decorre da satisfação nos
diversos domínios da existência. Ele está relacionado com a avaliação cognitiva
e emocional que uma pessoa faz sobre sua vida. Indivíduos com forte bem-estar
subjetivo costumam considerar agradável e recompensadora a vida que têm. Eles
mantêm relações mutuamente satisfatórias, veem sentido em suas atividades e têm
um senso de controle sobre o que vivem.
Como fugir das tentações?
O varejo sabe explorar os impulsos dos consumidores
ligados à necessidade de gratificação instantânea. Mas, segundo Flora Victoria,
é possível evitar a compra por impulso fazendo algumas reflexões:
1 – Eu realmente preciso
disso? Antes de ir às compras, dê uma olhada em suas
roupas, sapatos, bolsas, acessórios, pois é grande a chance de encontrar itens
guardados que nunca foram usados. Se após essa análise chegou à conclusão de que
precisa do produto, vá em frente. Se não, que tal guardar o dinheiro?
2 – Qual o meu estado
emocional? Evite comprar quando estiver triste, deprimido ou
bravo. As emoções impulsionam o consumismo e, neste caso, existem dois tipos de
compra por impulso: aquela em que você compra algo que queria, mas que talvez
não fosse comprar naquele momento, e aquela em que acaba levando algo que não
queria e não precisava pelo simples ato de comprar.
3 – Mas se eu não comprar
agora vou perder a oferta do ano! Promoções com
grandes margens de desconto são altamente sedutoras. Neste caso, faça sempre
duas perguntas: “eu preciso disso?” e “vou usar isso?”. Lembre-se que, por
melhor que seja a promoção, a melhor decisão é não gastar com uma compra
desnecessária e que vai gerar frustração e prejuízo depois.
4 – Minha amiga adora comprar
assim como eu! Evite os amigos compradores, principalmente os
consumistas, que certamente vão tornar fácil o processo de convencimento de que
você deve comprar tal produto a todo custo. Se você precisa ir às compras,
procure a companhia de pessoas mais centradas e que tenham controle sobre os
seus impulsos de compra. Esse é o perfil de companhia ideal para te ajudar a
decidir o que é importante ou não comprar naquele momento.
5 – Cabe no meu orçamento? A falta de equilíbrio financeiro associada a impulsividade consumista,
geralmente, leva ao gasto por impulso, agravando o endividamento pessoal ou
familiar. Se o orçamento permite, avalie o que realmente precisa e compre com
cautela. Caso contrário, respire fundo e não ceda à tentação.
SBCoaching
(Sociedade Brasileira de Coaching)
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