Terapia com
células-tronco é alternativa de tratamento
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam
que, nos últimos 20 anos, o número de novos casos de câncer em crianças com
idade até 14 anos cresceu 13% no mundo. Nessa faixa etária, os cânceres mais
comuns são as leucemias (doença que afeta os glóbulos brancos), os do sistema
nervoso central e linfomas (que atinge o sistema linfático).
De acordo com Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do
Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, habitualmente o
câncer infanto-juvenil não apresenta uma causa específica em que se possa atuar
preventivamente. “Ao contrário de muitos cânceres em adultos, os casos em
crianças e adolescentes não estão ligados ao estilo de vida e a fatores de
risco ambientais. Dessa forma, os responsáveis devem estar atentos a quaisquer
sinais relacionados a nódulos ou inchaços, convulsões, dores progressivas,
febres persistentes, perda de peso ou alterações súbitas de visão, assim como
qualquer outro mal-estar persistente”.
Uma importante inovação para o tratamento de alguns
tipos da patologia é a utilização do sangue do cordão umbilical, que assim como
a medula óssea, é rico em células-tronco que podem originar diversos tipos
de tecidos. “As células-tronco são células ‘mães’, capazes de criar os
componentes do sangue humano e do sistema imunológico do corpo. A partir dessas
células, formam-se glóbulos vermelhos, que levam o oxigênio aos tecidos;
glóbulos brancos, que combatem infecções; e plaquetas, que atua na coagulação”,
explica.
Para Tatsui, ter as células-tronco
armazenadas é uma forma de prevenção. Além disso, nos casos de família com
histórico de doenças graves, sobretudo câncer, é recomendável fazer o
congelamento. “É importante destacar que as células-tronco, além de serem
compatíveis com o próprio bebê, possuem uma chance aumentada de compatibilidade
entre irmãos. Com as células criopreservadas, há maior rapidez no tratamento e
diminuição dos riscos de rejeição e efeitos colaterais após o transplante”,
finaliza.
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