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Em pleno século XXI é notório que a maioria dos
gestores, como diretores, coordenadores, e até mesmo donos das empresas, têm
“medo” de contratar pessoas com deficiência, por acharem que essas PcDs são
“incapazes” para o serviço proposto.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira de
Recursos Humanos (ABRH) Nacional, Isocial e Catho publicada no Jornal Alagoas 24
Horas, 81% das médias e grandes empresas contratam PcDs somente
para “cumprir cota”.
Sabe-se que poucos são os gestores que confiam no
trabalho dessas pessoas. Em muitas empresas, a grande maioria das pessoas com
deficiência é deixada de lado, recebendo como tarefa apenas atividades
rotineiras, que não estimulam o desenvolvimento e nem crescimento profissional
e pessoal.
Contudo, na mesma pesquisa, recrutadores assumem já
terem feito entrevistas com PcDs, mas que não se sentem bem ao vê-los precisando
de algum tipo de auxílio. Se tal sentimento de dó, pena ou preconceito
disfarçado já começa dentro do RH, o que esperar dos líderes, chefes e
diretores?
Uma sugestão é envolver os futuros gestores diretos
no acompanhamento do processo seletivo, visualizando desde o início as
dificuldades de seu futuro colaborador com deficiência para, assim, poderem
estudar como tratar a pessoa após a contratação. Um próximo passo é a empresa
proporcionar um suporte a esses funcionários, como treinamentos, reciclagem ou
até mesmo aprendizagem de novas atividades; assim, quando surgir uma
oportunidade de crescimento dentro da empresa, essa pessoa poderá se
candidatar. E os líderes, tanto o atual quanto o do próximo cargo a ocupar,
ficarão felizes em ver o crescimento de seu liderado.
Outro item importante é considerar ao definir a
contratação de uma PcD, é dar atenção a quesitos fundamentais relacionados
à acessibilidade, promovendo mudanças na estrutura das empresas de modo a que
os espaços sejam adequados ao trabalho e ao deslocamento desses profissionais,
garantindo assim sua segurança e autonomia. Nesse sentido, é importante incluir
ambientes adaptados, móveis planejados, pisos táteis, rampas, sinalizações e
informações em braile, dentre outros itens.
Nesse caso, os gestores tem que tomar a frente do
projeto de acessibilidade na empresa juntamente com o técnico de segurança,
pois assim poderão verificar a Norma estabelecida e adaptar o que for
necessário.
E, ao invés de contratar uma PcD somente para
“cumprir a cota”, veja no currículo se essa pessoa está apta a trabalhar
naquele segmento. Se estiver, não tenha medo de entregar a responsabilidade a
ela; acompanhe dando conselhos, elogiando ou sugerindo melhorias, e também
fazendo as cobranças necessárias. Agora, se a PcD não está apta, vale a mesma
regra para um candidato normal: não a contrate apenas para ser um número de
cota.
Ana
Bracarense – CEO especializada na consultoria sobre PcD. PcD (Pessoa com Deficiência) desde seu 1 ano e 4
meses devido a um acidente sofrido. É graduada em Matemática (Universidade de
Uberaba - MG) e Administração de Empresas (Universidade Presidente Antonio
Carlos - UNIPAC) e Pós-graduada em Logística (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial - SENAC). Possui sua empresa de consultoria sobre PcD (Pessoa com
Deficiência) atuando com recrutamento e seleção, treinamentos, palestras e
também trabalha com Método de melhoria de engajamento nas empresas entre seus
funcionários, sendo eficiência e evolução. Busca melhorar a qualidade das
equipes nas empresas, para que todas as pessoas (com ou sem deficiência) tenham
vez na sociedade. Ana transforma a vida das pessoas para que saibam reconhecer
o que é importante no trabalho e porque devem crescer junto com a empresa. A
felicidade do funcionário faz parte do processo, mas uma peça essencial no seu
método é saber reconhecer o que realmente importa. O quanto você/seu
funcionário se importa com a empresa?
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