O uso planejado de tecnologia, sustentabilidade e
integração, com o objetivo de prestar melhores serviços e propiciar uma melhor
qualidade de vida à população, parece um caminho sem volta. O ranking Connected
Smart Cities, realizado pela Urban System, avalia cerca de 700 cidades
brasileiras e reforça os ganhos que as estratégias aplicadas pelos municípios
vencedores vêm proporcionando no dia a dia dos cidadãos.
Mas essa “receita” de sucesso é responsabilidade
apenas de órgão públicos? Não! Veja, por exemplo, o quesito mobilidade urbana:
só funciona bem se tiver a colaboração de todos os cidadãos. Não bastam leis
bem elaboradas, pois, se não forem respeitadas, o trânsito se transforma num
caos. Só flui bem quando motoristas, ciclistas e pedestres entendem seus
papéis, responsabilidades, vantagens e desvantagens de cada agente
participante.
A mobilidade urbana, inclusive, é um dos pontos que
mais destacam a inteligência das cidades. A capital paranaense foi, e ainda é,
referência mundial em modelo de transporte público, com a criação de vias
exclusivas, terminais e linhas integradas. São mais de 1,3 milhão de
passageiros transportados diariamente em mais de 250 linhas de ônibus.
O aplicativo Curitiba 156, lançado em março deste
ano com o objetivo de abrir mais um canal de comunicação entre cidadãos e
prefeitura, alcançou mais de um milhão de acessos em cinco meses, com destaque
para consultas sobre transporte público. Além do app, a Central 156 presta
atendimento telefônico, via chat e internet, captando de forma dinâmica as
necessidades da população e problemas na infraestrutura da cidade. É possível
inclusive cruzar dados de atendimento e ranquear as principais demandas, o que
contribui com o planejamento e a tomada de decisão dos gestores municipais.
Isso funciona principalmente com a colaboração do
cidadão, não apenas na solicitação de um atendimento que irá beneficiá-lo
diretamente, como também em situações que atinjam um grande volume de pessoas,
como um alerta sobre um poste prestes a cair ou com uma lâmpada queimada, por
exemplo. Quanto maior o uso dessas ferramentas colaborativas, mais pessoas são
beneficiadas e novas soluções são propostas.
É no dia a dia, com pequenos atos, que a
transformação de uma cidade acontece. A inovação só se sustenta se houver
demanda. Ainda são poucos os cidadãos efetivamente dispostos a deixar o carro
de lado e usar o transporte público, o que beneficia meio ambiente,
sustentabilidade e novos investimentos. Ou ainda desfrutar da implementação de
ciclovias e novos meios de transporte mais sustentáveis, pensando não apenas na
sua saúde física, mas na mobilidade da cidade. É uma reflexão necessária. O
papel do cidadão é cobrar sim, mas também informar, colaborar e fazer sua parte
em pequenas atitudes do dia a dia. E você? O que está fazendo para melhorar sua
cidade de forma inteligente?
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