Baixa
umidade assola o país e uma área entra em estado de alerta. Conheça as
novidades para combater o olho seco.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que q
umidade relativa do ar abaixo de 60% prejudica a saúde. Durante esta semana a umidade vai estar
abaixo disso em praticamente todo o país.
A previsão do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é de que
as áreas mais afetadas devem ser a região centro-oeste, estados de São Paulo,
Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Tocantins, sul do Pará e sudeste do Amazonas.
Esta parte do Brasil deve permanecer em estado de alerta com umidade abaixo de
20% até o fim de semana.
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do
Instituto Penido Burnier de todos os órgãos o olho é o mais afetado pelo tempo
seco. Isso porque, a baixa umidade aumenta a concentração de poluentes e
microrganismos no ar. Ao mesmo tempo,
resseca a lágrima e deixa os olhos desprotegidos dessas agressões externas. Os
sintomas do olho seco são vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira, e maior sensibilidade à luz.
O oftalmologista adverte que se não for tratado pode causar cicatrizes ou
inflamação na córnea, inviabilizar o uso de lente de contato, agravar o ceratocone, predispor à blefarite
uma inflamação nas pálpebras, a
conjuntivite viral e à alérgica.
Grupos e fatores de risco
Queiroz Neto afirma que o envelhecimento aumenta o risco da
síndrome do olho seco, principalmente entre mulheres porque após a menopausa a
queda dos estrogênios resseca todas as mucosas, inclusive as oculares. Mas a
diminuição da lágrima não se restringe aos mais velhos. Horas em frente às
telas digitais também resseca a lágrima, independente da idade. Um estudo feito
pelo oftalmologista mostra que 30% das crianças que ficam mais de duas horas
conectadas têm os sintomas da síndrome. O pior é que uma pesquisa que acaba de
ser realizada em Londres mostra que o uso das redes sociais cresceu cerca de
60% nos últimos sete anos entre os 25 países analisados. O Brasil está em
segundo lugar no ranking com uma média de 225 minutos/dia, ou seja, quase 4
horas/dia de uso das redes sociais. O médico destaca que a predisposição ao
olho seco também pode ser agravada pelo
uso de lentes de contato, ceratocone,
ambientes com ar condicionado,
doenças autoimunes como síndrome
de Sjögren, síndrome de Stevens Johnson, lúpus e alergias.
Diagnóstico
O especialista afirma que a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) aprovou em agosto deste ano uma nova tecnologia que faz o
diagnóstico do olho seco em 3D. O dispositivo é colocado na lâmpada de fenda
utilizada nos exames oftalmológicos de rotina. Permite avaliar cada camada da
lágrima, a estabilidade do filme lacrimal, eficiência da piscada, o reflexo da
pálpebra, o funcionamento das glândulas de Meibômio e o diâmetro da pupila sem
tocar nos olhos . Por isso, é mais eficaz que o método convencional que por ter
contato com a superfície do olho pode mascarar o resultado do teste.
Luz pulsada ganha terapia coadjuvante
Queiroz Neto ressalta que a mais nova terapia para
tratar olho seco é uma tecnologia de luz pulsada que estimula a glândula de
Meibômio a produzir a camada lipídica da lágrima. Relatório da ARVO
(Association for Research in Vision and Ophthalmology) revela que a maior causa
do olho seco no mundo é justamente uma disfunção nesta glândula que diminui a
produção da camada gordurosa do filme lacrimal. “Isso porque, é esta camada da
lágrima que regula sua evaporação”, explica. O médico destaca que o tratamento
inclui pelo menos 3 sessões, sendo uma por mês.
Ele conta que recentemente o oftalmologista Thiago Queiroz do Instituto
Penido Burnier, criou um modelo de óculos/compressa para potencializar o
tratamento de blefarite e olho seco. Após a luz pulsada os óculos/compressa
devem ser aquecidos por 5 segundo no micro-ondas e aplicados nos olhos por 2
vezes.
Prevenção
O
oftalmologista afirma que as principais dicas para prevenir o olho seco são: Umidificar os ambientes com
toalhas ou vasilhas com água; Evitar a
exposição dos olhos ao sol sem lentes
que filtrem 100% da radiação UV; Não
fazer exercícios físicos em espaços
aberto das 10 às 16 horas; Só usar colírio com prescrição médica; Manter o
corpo hidratado; Incluir na dieta fontes de ômega 3 como semente de linhaça,
sardinha, salmão ou bacalhau.
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