Foto: Pedro Paulo Souza / ASCOM MS
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Medida
tem como objetivo conscientizar a população a fazer a sua parte, destinando 10
minutos do dia para verificar se existe algum tipo de depósito de água no
quintal ou dentro de casa
Para
mobilizar a população e garantir que não apareça novos focos do Aedes
aegypti, o Ministério da Saúde lança a campanha publicitária de combate ao
mosquito e convida você a se juntar nesta grande ação. O objetivo é
conscientizar os gestores estaduais e municipais de saúde e toda a sociedade
sobre a importância de se organizarem antes da chegada do período chuvoso no
combate ao surgimento de novos criadouros do mosquito. Com o slogan "E
você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por você”, a campanha, que
inicia nesta quinta-feira (12), reforça a necessidade de cada um tomar a
iniciativa de proteger a sua casa e de seus familiares contra o Aedes,
responsável pela transmissão de três doenças: dengue, zika e chikungunya.
“Ao invés de lançar a campanha no mês de
novembro, como era feito nos outros anos, nós antecipamos para setembro para
dar tempo, antes do período da chuva, para as pessoas e os gestores locais
organizarem grandes mutirões de combate ao mosquito e não esperar depois que o
ciclo da doença já está instalado para começar a agir”, destacou o ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa de lançamento da
campanha publicitária realizada hoje, em Brasília.
A
ação, que teve seu período de veiculação adiantado neste ano para setembro,
reforça a necessidade de manter a mobilização nacional durante todo o ano, e
não apenas nos períodos críticos, de chuva e calor. A medida traz mais tempo
aos gestores locais e a população para desenvolverem ações estratégicas no
combate ao Aedes aegypti, de acordo com a realidade de cada região.
Geralmente, as campanhas ocorriam a partir de novembro, período de maior
incidência de chuva e calor em quase todo o país, portanto, aumentando o risco
de circulação das doenças.
O
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber,
reforçou que este é o momento de fazer diferente e evitar o nascimento dos
mosquitos no período de chuvas. “Se cada um tirar 10 minutos por semana, dentro
da sua rotina, checar os locais onde o mosquito pode ter depositado ovos e que
no contato com água possa nascer mosquitos. Olhar ralos, calhas, caixas d’agua,
garrafas e suas tampas, pneus, e outros objetos pequenos que o mosquito tenha
capacidade de colocar os ovos e ser um criadouro. Além de evitar a proliferação
do mosquito também teremos um ambiente muito mais higiênico”, informou o
secretário, ressaltando que os benefícios são diversos. “Desta forma a gente
não protege somente a nossa casa, mas protegemos toda a nossa comunidade da
circulação do mosquito”, finalizou o secretário.
PROJETO WOLBACHIA
Outra
novidade anunciada foi a terceira etapa do projeto Wolbachia que conta com a
parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e que vai ofertar
linhas de financiamento específico para implantação do projeto em outros
municípios. Na nova etapa, o Ministério da Saúde e o BID vão visitar cidades com
potencial interesse e situação epidemiológica compatível para implantação do
projeto para avaliar a possibilidade de linhas de financiamento para
desenvolvimento do projeto.
A
metodologia Wolbachia é inovadora, autossustentável e complementar às demais
ações de prevenção ao mosquito. Consiste na liberação do Aedes com o
microrganismo Wolbachia na natureza, reduzindo sua capacidade de transmissão de
doenças. O projeto já está presente em 6 cidades: Campo Grande/MS, Belo
Horizonte/MG, Petrolina/PE, Fortaleza/CE, Foz do Iguaçu/PR e Manaus/AM. Somente
em 2019, o Ministério da Saúde investiu R$ 21,7 milhões na tecnologia.
DADOS DAS DOENÇAS
Em
2019 (até 24 de agosto), foram registrados 1.439.471 de casos de dengue em todo
o país, com crescimento de 599,5% em relação ao mesmo período de 2018
(205.791). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por
habitantes, é de 690,4 casos/100 mil habitantes. Entre os estados com casos,
destacam-se Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Distrito
Federal. Com relação ao número de óbitos, foram confirmadas 591 mortes.
Este
aumento pode ser explicado por uma associação de fatores, como condições
ambientais fora do comum (alto volume de chuvas e altas temperaturas); grande
número de pessoas suscetíveis, uma vez que nos dois últimos anos houve baixa
ocorrência de dengue em toda a região das Américas; mudança no sorotipo
predominante, entre outros.
Os
casos da febre chikungunya chegaram a 110.627 em relação ao mesmo período do
ano passado, 76.742, ou seja 44,2% de aumento este ano. A taxa de incidência
foi de 53,1 casos/100 mil habitantes. Entre os estados com casos, destacam-se
Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Neste ano, foram confirmados
laboratorialmente 57 óbitos.
Já
os casos de zika apresentaram aumento de 47,1%, este ano, quando foram
registrados 9.813 casos, enquanto em 2018 foram 6.669 o que representa uma taxa
de incidência de 4,7 casos/100 mil habitantes. Entre os estados com casos,
destacam-se Tocantins, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo. Neste
ano, foram confirmados 2 óbitos por zika.
AÇÕES DE COMBATE AO AEDES
AEGYPTI
As
ações de prevenção e combate ao mosquito, realizadas pelo Ministério da Saúde
em conjunto com estados e municípios, são permanentes e tratadas como
prioridade pelo Governo Federal. A execução das ações de prevenção, como
visitas dos agentes de endemia para eliminação dos criadouros, é de
responsabilidade dos gestores locais.
O
Ministério da Saúde também oferece, continuamente aos estados e municípios,
apoio técnico e insumos para o combate ao vetor. Para estas ações, o Governo
Federal tem garantido orçamento crescente aos estados e municípios. Os recursos
para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti,
cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,9
bilhão em 2018. Este recurso é destinado à vigilância das doenças
transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya e é repassado mensalmente
a estados e municípios.
PREVENÇÃO
Durante
o período de seca, a população pode realizar ações de prevenção, basta tirar 10
minutos do dia para verificar se existe algum tipo de depósito de água no
quintal ou dentro de casa, por exemplo. Uma vez por semana, lavar com água,
sabão e esfregar com escova os pequenos depósitos móveis, como vasilha de água
do animal de estimação e vasos de plantas.
Além
disso, é preciso descartar o lixo em local adequado, não acumular no quintal ou
jogar em praças e terrenos baldios. Limpar as calhas, retirando as folhas que
se acumularam no inverno também é importante para evitar pequenas poças de
água. Cada pessoa pode ser um vigilante permanente de atenção à saúde, com isso
não teremos dengue, zika e chikungunya.
Jéssica
Cerilo
Agência
Saúde
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