Serão
mais de 6 mil novos casos neste ano e cerca de 3.800 mortes. Diagnóstico
precoce e tratamento com especialistas melhoram prognóstico e aumentam a
sobrevida das pacientes
O câncer de
ovário ocupa a quinta colocação em mortes por câncer entre as mulheres, com
estimativa de 6.150 novos casos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Em 2017, foram 3.879 mortes no país.
Segundo o
INCA, o risco de uma mulher desenvolver câncer de ovário é de cerca de uma em
78, em diversas faixas etárias, mas especialmente após os 60 anos.
Existem diversos
tipos de afecções malignas no ovário, explica o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz,
cirurgião oncológico do Centro de Carcinomatose Peritoneal, com vários
subtipos, diferentes graus de malignidade e prognósticos.
"Para se
ter uma ideia, o câncer pode se desenvolver no cordão sexual, nos óvulos, na
parte do estroma do ovário, além dos tumores benignos, que também podem ocorrer
nesta região."
Prevenção
e diagnóstico
Em geral, não
há exames preventivos para o câncer de ovário. Não é como o câncer do colo do
útero, para o qual a mulher realiza periodicamente o Papanicolau e consegue
detectar precocemente.
"No
câncer de ovário isso não ocorre, por isso é muito importante que, caso ocorram
sintomas como empachamento, sensação de peso no baixo ventre, dor em cólicas ou
sangramento anormal, um médico deve ser consultado, pois através de exame
clínico e outros complementares, a doença poderá ser detectada
precocemente."
O Dr. Arnaldo
explica que, mesmo frequentando os médicos periodicamente e seguindo suas orientações,
muitas vezes não será possível realizar o diagnóstico precoce do câncer de
ovário, nem prevenir esta doença
"Trata-se
de um tumor silencioso, que não causa sintomas ou, quando ocorrem, são muito
inespecíficos."
A
importância do especialista
O tratamento
do câncer de ovário requer uma equipe multidisciplinar, que inclui cirurgião
oncológico, ginecologista e oncologista clínico. Somente com a equipe adequada
o paciente receberá as melhores orientações sobre o tratamento para o seu caso,
que poderá incluir quimioterapia, terapia-alvo, hormonioterapia, imunoterapia e
outros.
"No caso
do câncer epitelial de ovário, por exemplo, que é o mais comum, é importante
que haja a participação de um cirurgião com experiência em cirurgias
abdominais, porque quando o câncer se espalha pelo abdômen, ele deixa de ser
uma doença ginecológica e passa ser uma doença abdominal. Pode se espalhar, por
exemplo, atrás do fígado, no baço, na superfície do estômago, no intestino, nos
linfonodos, ou seja, um especialista, acostumado com este tipo de situação, com
formação e experiência sólida, poderá realizar uma cirurgia de maneira
excelente", explica.
Câncer
de ovário e a carcinomatose peritoneal
O câncer de
ovário apresenta uma grande possibilidade de evoluir para a carcinomatose
peritoneal, que é a disseminação do câncer pela cavidade abdominal. Ou seja, a
doença sai de seu órgão de origem, neste caso o ovário, e se espalha pelo
peritônio (membrana de revestimento interno do abdome) e órgãos internos.
No entanto, a
origem da carcinomatose peritoneal nas mulheres, embora menos frequente, pode
estar em outros órgãos, como o próprio peritônio ou o intestino.
"Pelo
fato do câncer de ovário ser uma das origens mais comuns da carcinomatose
peritoneal nas mulheres, muitas vezes elas acabam sendo tratadas como câncer de
ovário, mesmo quando o caso era de câncer de intestino, câncer de pâncreas,
câncer de estômago ou mesotelioma. Este tipo de equívoco não deve acontecer,
sob o risco de prejudicar o tratamento e reduzir as chances de cura daquela
paciente", finaliza.
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