sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Paternidade tardia também é um risco: contagem e qualidade dos espermatozoides diminui com o tempo

Essa é uma das conclusões de estudo apresentado em encontro da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, na Áustria. Taxa de gravidez reduz com avanço da idade paterna

O debate sobre maternidade tardia há tempos extrapolou a comunidade médica e faz parte das discussões cotidianas. Os avanços científicos permitiram adiar o sonho de ser mãe, mas sem deixar de lado as questões que envolvem a maternidade em idade mais avançada.

E quanto à paternidade tardia?

Até então acreditava-se que para os homens não haveria consequências no adiamento da decisão de ter filhos. Entretanto, a ciência tem demonstrado que as células reprodutoras masculinas também são afetadas pelo avanço da idade.

Esse foi um dos pontos destacados em estudo apresentado em junho no encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Viena, na Áustria. Uma das conclusões foi que a contagem e qualidade dos espermatozoides diminui com o tempo – em especial a partir dos 51 anos. O trabalho foi conduzido pelo Instituto de Saúde da Mulher da University College London, na Inglaterra, realizado com tratamentos de fertilização in vitro e demonstrou que a taxa de gravidez diminuiu com o aumento da idade paterna.

“Há tempos a mulher que busca a maternidade preocupa-se com o avanço da idade e esse estudo é um alerta também para os homens que adiam a paternidade”, avisa a médica e ginecologista especializada em reprodução humana Silvana Chedid, que participou do encontro internacional. Ela comenta que no grupo de homens até 35 anos as taxas de gravidez são de 49,9%, passando para 30,5% nos homens com mais de 51 anos. “Acima dessa idade, somente 42% dos homens tinham contagem de espermatozoide dentro da faixa considerada saudável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com mais de 39 milhões no volume total ejaculado”. Entre os mais jovens, o índice é de cerca de 61%.


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