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Quando falamos de amamentação, muitos mitos ainda
são difundidos sobre o assunto. Alguns são repetidos há tantos anos que já
foram absorvidos pela sociedade, o que, na verdade, acaba prejudicando um ato
tão natural quanto saudável para mãe e filho. Embora proteja a criança contra
diarreias, infecções respiratórias e alergias, reduza em 13% a mortalidade em
menores de cinco anos e reduza o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto,
diabetes e obesidade na vida adulta, apenas 40% dos bebês têm amamentação
exclusiva nos primeiros seis meses de vida, de acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS).
Os benefícios da amamentação são tantos, que em
2017 foi sancionada a Lei nº 13.435, instituindo o mês de agosto como o Mês do
Aleitamento Materno, ou Agosto Dourado, para estimular a prática, que pode
salvar mais de 800 mil vidas anualmente. Portanto, é preciso esclarecer os
principais mitos e ressaltar as verdades que envolvem o assunto, afinal, a
informação é o caminho para que a amamentação seja feita da melhor maneira
possível.
1 – Algumas mães têm o leite fraco e não alimentam
o bebê
Este é um dos mitos mais difundidos sobre a
amamentação. Nenhuma mãe tem o leite fraco. A partir de estimulação constante
do bebê, aos poucos o leite vai aumentando e é capaz de nutrir plenamente a
criança. O que a mãe precisa é cuidar da própria alimentação, para que seja a
mais saudável possível e ingerir bastante água, para que o leite ganhe volume e
qualidade de nutrientes. O leite materno é o melhor alimento para o bebê.
2 – As gerações passadas não tiveram leite, então a
mãe do recém-nascido também não terá
Cria-se uma expectativa a respeito do que a mãe ou
a avó viveu quando tiveram seus bebês, talvez por serem as mulheres mais
próximas da mãe do recém-nascido, porém, o fator genético não interfere neste
caso. Uma vez que a mãe tome as medidas básicas para a amamentação, ela
acontecerá de forma natural. Manter-se tranquila e paciente para as várias
tentativas até que se pegue prática, hidratar-se e alimentar-se corretamente
garantirão o sucesso da amamentação.
3 – Seios pequenos produzem pouco leite
O tamanho dos seios não influencia na amamentação,
pois não é o tecido adiposo - que dá volume aos seios - que irá atuar na
produção do leite, e sim, as glândulas mamárias. Portanto, seios grandes ou
pequenos podem produzir a mesma quantidade de leite.
4 – Canjica, cerveja preta e outros alimentos
aumentam a produção de leite
Este é mais um mito que ronda o assunto, pois
como foi dito, somente uma alimentação saudável e equilibrada aliada à ingestão
de água podem garantir a produção do leite materno.
5 – O bebê já está grande, não precisa mais mamar
A recomendação da Organização Mundial da Saúde
(OMS) é que a amamentação seja a alimentação exclusiva do bebê até os seis
meses de vida. A partir desta idade é recomendada a introdução alimentar,
aliada à amamentação até os dois anos. Esta é a data mínima estabelecida pela
OMS, mas fica a critério da mãe e da aceitação da criança para que este prazo
se estenda. Não existe bebê grande para a amamentação, até porque, quanto mais
a criança mamar, mais forte será seu sistema imunológico. Além disso, o bebê
recebe nutrientes, como o ômega 3, que atuam para o desenvolvimento cerebral, e
principalmente, permite o vínculo com a mãe, fundamental para a formação
cognitiva.
6 – Não se deve amamentar em público, melhor optar
pela mamadeira
Mais um mito completamente sem sentido, pois não há
nada mais natural que amamentar, seja em casa ou em público. Inclusive, foi
sancionada uma lei que multa os estabelecimentos que impedirem ou constrangerem
as mães no ato da amamentação. O leite materno é o alimento do bebê e ele tem
todo o direito de se alimentar quando e quantas vezes for necessário.
7 – Na falta da mãe, outra mulher pode amamentar a
criança
Mesmo que o bebê tenha o hábito de mamar no seio,
não é recomendado que se faça isso, pois há risco de transmissão de doenças,
como o HIV. Neste caso, a mãe pode deixar uma quantidade de seu leite para que
a outra pessoa administre, seja por mamadeira ou pequenos copos.
Antes de optar por não amamentar ou, por
insegurança, complementar a amamentação com fórmulas logo de início, é preciso
ter conhecimento sobre todas essas questões que envolvem o assunto e o quanto a
amamentação é benéfica para o bebê e para a própria mulher. Ao amamentar, a mãe
protege-se também contra diversas doenças, entre elas alguns tipos de câncer,
como de mama e ovário e doenças cardiovasculares.
Dr. Carlos Eduardo Chaves - médico pediatra do
Trasmontano Saúde.
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