Fisioterapeuta
orienta como avaliar se o incômodo pós-treino está dentro do que é considerado
saudável
O inverno está chegando ao fim e o aumento das temperaturas
serve de incentivo para a retomada das atividades físicas ou o início delas.
Quem quer exibir um corpo mais bonito nas estações mais quentes do ano tende a
pensar nisso agora. Mas aqueles que não estão acostumados a treinar costumam se
deparar com algumas dúvidas. Aquela dorzinha chata que sentimos depois da
malhação é normal? E sentir essa dor é sinal de que teremos um bom resultado?
Segundo o fisioterapeuta Santiago Munhos, diretor da clínica
Santibras Fisioterapia, essa dor tardia, que é a dor na região do ventre
muscular, é extremamente aceitável e normal, diferentemente daquela sentida na
articulação durante o treino. “Sentir dor nas articulações enquanto você faz o
exercício mostra que algum movimento não está sendo feito da maneira correta.
Um desconforto ou o cansaço em função do esforço são justificáveis, mas dor
não”, explica.
O permitido, segundo o especialista, é a dor que surge
imediatamente após o treino e dura até 72 horas. Isso acontece porque, ao
exercitar músculos parados há um tempo ou ao forçar um pouco além do costume,
ocorrem no corpo micro rupturas das fibras musculares, gerando uma série de
pequenos processos inflamatórios.
Para dar sequência aos treinamentos diários, sem o risco de
lesões maiores, é bom trabalhar outro grupo muscular no dia seguinte e voltar a
fazer o mesmo grupo somente após 72 horas, tempo necessário para a recuperação
do músculo. “É quando descansamos que ocorre a recuperação muscular, que é
justamente a fase em que ele hipertrofia, ou seja, aumenta”, afirma Santiago.
Vale lembrar que, com o passar do tempo, o corpo se adapta e
não ocorre mais essa dor com tanta frequência ou na intensidade sentida
inicialmente quando se mexe, levanta os braços, desce ou sobe escadas... Para
aliviar esses sintomas, comuns na dor tardia, o fisioterapeuta recomenda um bom
banho quente, uma boa noite de sono e alimentação adequada. “A dor não é
sinônimo de bom resultado. Para obtê-lo, é preciso uma boa recuperação. Isso
sim”.
Ele ressalta, no entanto, que se a dor for muito intensa,
passar de três dias, estiver apenas num ponto específico, com hematoma ou
vermelhidão, é melhor procurar um médico. “Pode ser um sinal de lesão mais
grave. O ideal é que se interrompa os treinos e vá atrás de ajuda”, conclui.
Santiago Munhos - diretor da Santibras Fisioterapia, clínica
localizada na Zona Sul de São Paulo. O profissional é formado em Fisioterapia,
com pós-graduação em Fisiologia Biomecânica do Exercício e Esporte pelo IOT
(Instituto de Ortopedia e Traumatologia) da Faculdade de Medicina da USP. Tem
mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São
Paulo, e formação em diversos cursos como de RPG e osteopatia. Já foi professor
da pós-graduação da Faculdade de Medicina da Santa Casa e do Hospital Israelita
Albert Einstein. É fisioterapeuta das seleções masculina e feminina de hóquei
in line do Brasil. Santiago, junto à sua equipe, acredita que as pessoas
precisam de qualidade de vida para viver melhor e defende que a dor não deve
limitar ninguém de fazer aquilo que gosta.
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