Segundo a FEBRASGO, Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a gravidez ectópica
(fora do útero) acontece em 1% de todas as gestações do mundo, sendo que,
dentro deste 1% das ectópicas, a possibilidade de nascer no ovário é de 1%. O
risco de mortalidade materna é 90 vezes maior que uma gestação normal e o risco
de o bebê falecer é de 95%.
Por ser rara, a gravidez
ectópica ainda é uma incógnita para muitas mulheres. Para esclarecer as
principais dúvidas sobre essa condição, a Dra. Karina Tafner, ginecologista e
obstetra; especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela
Santa Casa (FCMSCSP) e especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO;
listou pontos essenciais:
O que é a gravidez
ectópica
Em uma gestação normal, um
óvulo fertilizado passa pelas trompas de falópio e chega ao útero, local em que
se implanta e começa o processo de formação do bebê. Já na gravidez ectópica, o
óvulo fertilizado se implanta fora do útero, geralmente nas trompas de falópio.
Quando isso acontece, a gestação não evolui, pois não há possibilidade de um
embrião se desenvolver nesta região.
Possíveis causas
- Infecção: se uma das trompas
de falópio estiver infeccionada, ela pode ficar inteiramente ou parcialmente
fechada. Sendo assim, o óvulo fertilizado não consegue chegar ao útero.
- Tecido cicatricial: o óvulo
pode ter dificuldade de atravessar a trompa de falópio se o tecido cicatricial
de uma infecção ou de uma cirurgia estiver bloqueando o percurso.
- O formato das trompas de
falópio: algumas mulheres podem ter um problema congênito nas trompas, como o
crescimento acima do comum. Nestes casos, o óvulo fertilizado pode ter
dificuldades para chegar ao útero.
Probabilidade de
uma gravidez ectópica
- Mulher com mais de 35 anos
de idade.
- Histórico de gravidez
ectópica anterior.
- Histórico de cirurgia
abdominal.
- Histórico de doença pélvica
inflamatória.
- Gravidez após laqueadura ou
com uso incorreto do DIU.
- Fumante.
- Histórico de endometriose.
Sintomas
É possível notar sintomas
diferentes de uma gestação normal, principalmente entre a 4ª e 12ª semanas. Os
sintomas são:
- Dor aguda na pélvis, no
abdômen ou até nos ombros e no pescoço.
- Sangramento intenso ou leve.
- Desconforto ao urinar ou
defecar.
- Fraqueza, tontura ou
desmaios.
Diagnóstico
Os seguintes exames
solicitados pelo médico podem identificar a gravidez ectópica:
- Exame pélvico para avaliar
dor, sensibilidade ou identificar massas no abdômen.
- Ultrassonografia para
confirmar se a gestação está desenvolvendo no útero.
- Teste de urina ou de sangue
para medir o nível do HCG, hormônio da gravidez.
Se estiver abaixo do normal,
será necessário investigar uma possível gravidez ectópica.
Tratamento
Envolve a interrupção da
gravidez por meio das seguintes opções:
- Medicamento específico para
absorção do tecido da gravidez ectópica.
- Cirurgia minimamente
invasiva, como uma laparoscopia, para remoção do tecido remanescente da
gravidez ectópica e reparação da trompa de falópio afetada.
- Remoção total ou parcial da
trompa de falópio, caso tenha havido alargamento ou rompimento.
- Monitoramento médico e
checagem do nível de HCG, garantindo que o tecido ectópico tenha sido
completamente removido.
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