Especialista
em carreira alerta para as armadilhas da vaidade
A
vaidade é perigosa. Tem um conceito tão amplo e sedutor quanto o próprio
sentimento. A palavra originária do latim significa oco, vazio. No dicionário
quer dizer valorização que se atribui a própria aparência ou a
intelectualidade, mas pode se encontrar mais de 130 sinônimos correlacionados a
vaidade. Na história do cristianismo, a vaidade é o primeiro pecado capital.
Para
o professor da FGV e fundador da escola do Pensar da ESIC Internacional,
Luciano Salamacha, a vaidade é uma fera que deve ser controlada no ambiente
profissional. Em excesso pode cegar, colocar tudo a perder, e na falta dela
pode ser a pitada que faltava para a autoestima, sentimento fundamental na
disputa de cargos de liderança. Salamacha orienta algumas atitudes que podem
fazer com que não se caia na fogueira da vaidade :
1
- Todo profissional deve periodicamente revisar as atividades que
desenvolve, pois algumas vezes, alimentamos por vaidade certa
rotina de trabalho que passou a ser desnecessária.
2-
A vaidade acontece o tempo todo em nossas vidas, por isso, tenha sempre pessoas
de sua confiança que possam apontar se deve manter afazeres por
necessidade ou por pura vaidade. Pessoas que possam, inclusive apontar se
você está certo sobre certas habilidades que você considera ter.
3
– Não seja refém de pessoas que por maldade vão usar essa característica para
provar que você deve ser menos despretensioso, sem ganância, sem ambição,
porque na verdade querem te frear na competição.
4-
Perceba o que está cultuando na empresa. Estamos num momento em que certos
valores estão sendo revistos. Às vezes, valorizamos coisas que não têm a menor
finalidade prática.
5
– Perceba o quanto sua vaidade é nociva ou não. Há pessoas autocríticas que se
condenam demais, destroem a própria autoestima. Saem de um extremo a outro.
Gerencie melhor suas emoções e seu julgamento sobre você.
5
– Troque a vaidade por validade. Na vaidade somos oco, na validade temos força
e poder. Estamos plenos.
6-
Use a vaidade para avaliar melhor a si mesmo e aos outros e tenha cuidado ao
alertar um vaidoso. Talvez ele saiba, mas prefere mostrar que continua na
ignorância ou, talvez acredite que seja esse o caminho.
Luciano
Salamacha diz que subir na carreira requer antes de mais nada melhorar a nós
mesmos, por isso temos que entrar em contato com a realidade e tentar
controlá-la. O antídoto da vaidade é a humildade e isso nada tem a ver com nos
humilhar, mas em encarar o outro de forma mais igual, muitas vezes aceitando os
defeitos e erros, pois somos seres humanos e como tal, absolutamente todos
erramos. As pessoas vaidosas dentro de uma empresa são soberbas na hora de
ensinar, deixando claro quem estão numa posição acima do outro, mas Salamacha
aconselha “ nada é estático principalmente numa companhia,o estagiário que se
ensina hoje, pode chegar a chefia amanhã.”
O
professor afirma que pessoa vaidosa é pouco estratégica, é frágil porque alguns
elogios podem quebrar sua resistência.
Luciano
Salamacha avalia que a vaidade é o caminho para a autossatisfação, é como uma
droga “ Ilude temporariamente que talvez você seja o que não é, que tem um poder
que não existe e nessa ilusão, o vaidoso coloca os pés pelas mãos.“
Salamacha
diz que vaidade extrema é um defeito, mas a falta dela também. A falta de
vaidade também pode indicar falta de amor próprio. Como amar o que se faz, ou
ganhar o respeito do outro quando demonstramos que não amamos a nós mesmos?
O
lado positivo da vaidade na medida certa é a autoconfiança e a autoestima que
temos ter todos os dias quando saímos para o trabalho. Para Salamacha, não
basta apenas uma boa formação curricular, há de se ter nessa era uma boa
formação ética e acima de tudo cultivar boas relações.
Luciano Salamacha - doutor em
Administração e mestre em Engenharia de Produção. Preside e integra conselhos
de administração de empresas brasileiras e de multinacionais, atuando como
consultor e palestrante internacional. É professor da Fundação Getúlio Vargas
em programas de pós-graduação. Recebeu da FGV o prêmio de melhor professor em
Estratégia de Empresas nos MBA’s, por sete anos seguidos. É um dos raros
professores que fazem parte do “Quadro de Honra de Docentes”, da FGV
Management. Também é professor de mestrado e doutorado no Brasil, na Argentina
e nos EUA. Salamacha é fundador da Escola do Pensar, coordenador de MBA de
neurociências na ESIC Internacional, uma das mais importantes escolas de
negócios da Europa. Luciano Salamacha é autor de livros e artigos científicos
publicados no Brasil e no exterior. Foi pioneiro na América Latina em pesquisas
sobre neuroestratégia e neurociência aplicada ao mundo empresarial.
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