terça-feira, 4 de junho de 2019

Por que é tão difícil falar sobre o que sentimos?



Fomos ensinados a pensar e não a sentir. "Engole o choro", "não demonstre sentimentos", "seja uma pessoa racional", certo? Para a fisioterapeuta com foco em Saúde Integrativa Frésia Sa, as consequências disso são inúmeras doenças com fundo emocional, e uma dificuldade enorme de lidar com o que sentimos.


Ao longo dos últimos séculos, tivemos um desenvolvimento incrível no campo da ciência e da racionalidade. Chegamos à Lua, descobrimos o poder atômico, desenvolvemos vacinas e tecnologia de ponta. Em termos racionais, podemos ser considerados um sucesso. Em contrapartida, nos afastamos cada vez mais do sentir. Nos tornamos mais frios, mais calculistas, mais apáticos. Segundo Frésia Sa, fisioterapeuta com foco em Saúde Integrativa, essa frieza toda é só ‘por fora’. “Os sentimentos continuam lá, se multiplicando, se conectando aos acontecimentos, mas esquecidos e em desarmonia”, lembra ela.

Segundo Frésia, fomos educados a engolir o choro, a não demonstrar o que sentimos para não parecermos fracos. E acabamos, na verdade, nos enfraquecemos com isso: “desenvolvemos síndromes, dores, doenças, nos desconectamos da nossa essência, criamos relações mal resolvidas com nossas famílias, que acabaram se alastrando por gerações. Desaprendemos a expressar amor e descontentamento com naturalidade. E aprendemos a nos melindrar quando somos contrariados”, reflete a fisioterapeuta.

Para ela, a consequência disso tudo foi que desaprendemos a falar sobre o que sentimos: “conheço pessoas que fogem de terapia, por exemplo, por terem receio de ter que expressar o que sentem, falar sobre raiva, mágoa, ressentimentos. Ou mesmo admiração. Na dúvida sobre como seremos recebidos, melhor nem mencionar sentimentos, certo”?

Frésia explica: “quando nos abrimos para entender novamente nosso quociente emocional e nos permitimos abrir o coração e expressar nossos sentimentos, uma mágica acontece na vida. Primeiro, é muito difícil, não vou mentir. É preciso quebrar padrões enraizados, e nos distanciar dos modelos perfeitos construídos através dos tempos. Por isso, algumas técnicas, que buscam fragmentos guardados no inconsciente, crenças que nem sabemos que temos e memórias traumáticas, podem ser um bom começo”.

A especialista sugere um trabalho para descristalizar o modelo perfeito de comportamento, que nos afasta do sentir, e que pode ser um ótimo primeiro passo para começarmos a expressar o que está na esfera do sentir: “desenvolver a inteligência do coração, sem perder a racionalidade, quando o momento pedir. Na verdade, para conseguir falar sobre o que sentimos, é preciso começar a trilhar o caminho do meio entre a razão e a emoção”, finaliza.




Biointegral Saúde

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