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O crescimento de doenças relacionadas aos maus
hábitos alimentares e baixa adesão à pratica de atividades físicas tem atingido
níveis alarmantes. De acordo com o Atlas do Diabetes, há aproximadamente 425
milhões de diabéticos no mundo e, destes, 13 milhões encontram-se no Brasil.
Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, entre 2006 e 2016,
registrou-se um aumento de 61,8% dos casos da doença no país, enquanto os
índices de obesidade subiram para 60% no período.
Além das complicações causadas pelo Diabetes,
outras doenças pegam carona neste estilo de vida adotado por grande parte da
população, entre elas, os altos índices de pressão arterial, colesterol e
triglicérides, que conduzem a problemas cardíacos, vasculares, hepáticos e
tantos outros.
Ao dar o primeiro passo para fugir dessas
estatísticas, muitas pessoas acabam, por conta própria, fazendo novas escolhas
de acordo com o que a indústria alimentícia disponibiliza nas prateleiras dos
supermercados. É neste momento que a maioria acaba entrando em uma cilada muito
comum: a escolha por alimentos que parecem e são vendidos como saudáveis, mas
na verdade não são. O apelo publicitário comercializa produtos altamente
processados, repletos de conservantes, estabilizantes, açúcares e gorduras,
fazendo com que o consumidor nem sempre opte pela melhor ou mais nutritiva
opção.
Então, como identificar esses produtos e efetuar as
devidas substituições? Vamos começar pelos embutidos. Embora muitos pensem que
o peito de peru, por exemplo, seja uma opção mais leve, ele
na verdade nunca foi uma escolha saudável. Assim como outros embutidos, ele é
ultraprocessado e carregado de nitritos e nitratos, que são agentes
carcinogênicos, além da alta quantidade de sódio, que pode causar a hipertensão
arterial, aumenta o risco de AVC e o ganho de peso em função de inchaço e
retenção hídrica. Na dúvida, opte por um frango grelhado ou desfiado, peixes,
ovos mexidos ou alguma outra proteína minimamente processada.
Outros alimentos que enganam bastante são as barras
de cereais e a granola. Ainda que seu índice de fibras possa ser considerado,
principalmente se comparado com barras de chocolates ou alguns cereais
matinais, esses alimentos são ricos em açúcar, o que acaba empobrecendo seu
caráter nutricional. Se o consumo é do agrado, a granola, por exemplo, pode ser
substituída por uma porção de fruta enriquecida com aveia.
Uma dúvida frequente, principalmente para quem tem
crianças em casa, surge também na escolha por biscoitos e bolachas. Muitas
famílias baniram os biscoitos recheados e compram apenas as versões integrais,
ou ditas como tal. A verdade é que ao observar o rótulo, a diferença entre ambas
é muito pequena. Os biscoitos integrais industrializados são repletos de
açúcares e gorduras, para que tenham melhor sabor. Portanto, esses alimentos
podem e devem ser substituídos por uma porção de castanhas ou frutas.
Outro alimento muito consumido por quem busca a
perda de peso são as sopas instantâneas, ou “sopas de pacotinho”. É preciso ter
em mente que embora ofereçam poucas calorias para uma refeição, além de serem
pobres de nutrientes, apresentam quantidades altíssimas de sódio e, mais uma vez,
atrapalham em vez de ajudar. O mesmo serve para temperos realçadores de sabor e
ricos em glutamato monossódico, mesmo nas versões light. A melhor opção é ainda
a versão caseira do alimento, com legumes e algum tipo de proteína.
Entretanto, nesta lista de produtos nada saudáveis,
devemos considerar algumas situações. Para as pessoas que seguem uma dieta com
objetivo de emagrecer e ter mais saúde, os chocolates, por exemplo, entram na
lista de produtos altamente calóricos e que devem ser evitados. Porém, há quem
não abra mão de uma pequena porção ocasionalmente. Nesses casos, a versão diet
não é a melhor escolha, pois o fato de não possuir açúcar aumenta a quantidade
de gorduras, devendo apenas ser consumido por pessoas que já possuem o
Diabetes. Desta forma, optar por um chocolate amargo, com alto teor de cacau é
a melhor opção. Assim como o chocolate diet, o mesmo serve para as versões
light e diet de muitos alimentos, por isso, é fundamental fazer um comparativo
na hora da compra.
Em todos os casos, as melhores escolhas sempre
serão as versões mais naturais possíveis. Frutas, legumes, verduras, carnes,
cereais e grãos pouco processados fazem parte de uma dieta equilibrada e devem
preencher a geladeira e a dispensa de todos nós.
Alexandre Andreani Paes Leme Giffoni - médico da
Equipe de Nutrologia do Hospital IGESP.
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