De acordo com uma pesquisa global sobre o sono
divulgada pela Royal Philips, líder global em tecnologia de saúde, em
março de 2019, cerca de 69% dos adultos no Brasil acreditam que o sono tem um
impacto importante na saúde e no bem-estar. Além disso, a pesquisa informou que
36% dos brasileiros têm insônia recorrente e 52% dos entrevistados reportaram
que dormem mais durante os fins de semana para repor o sono perdido.
Além de renovar as energias do corpo, o sono também
traz outros benefícios para o organismo. Ele é um belo aliado no combate à
depressão e redução do estresse, já que durante o período de descanso o corpo
diminui a produção de cortisol e adrenalina. Também ajuda a regular os
hormônios que controlam o apetite, ou seja, quando um indivíduo não tem um boa
noite de sono, estes hormônios tendem a ficar desregulados aumentando assim o
desejo por alimentos que são ricos em calorias e gorduras.
Outro fator fundamental em que uma noite bem
dormida pode ajudar é com relação a diminuir os riscos de doenças
cardiovasculares, já que dormir pouco descontrola a produção de hormônios e
aumenta as chances de se ter colesterol alto, o que pode acarretar em derrames
cerebrais e também problemas cardiovasculares. O sono é responsável pela
melhora do humor, fortalece e ativa a memória, estimulando o raciocínio, além
de rejuvenescer a pele, já que no período da noite, as células se renovam e há
a produção de melatonina, que atua na prevenção do envelhecimento.
Mas, será que é possível repor as horas de sono
perdidas? De acordo com um estudo realizado na Pensilvânia e publicado no
American Physiological Society, o hábito de dormir muitas horas para recuperar
o sono perdido não traz benefícios para o organismo. O tempo de sono varia
muito e vai de acordo com a idade. Por exemplo, para os recém-nascidos, é recomendado
de 12 a 18 horas de sono por dia; para o os bebês de quatro a 11 meses, o ideal
é de 12 a 15 horas; e conforme a idade aumenta, a necessidade de sono diminui.
Crianças de um a cinco anos tem a necessidade de dormir de 10 a 14 horas; o
tempo para os de seis a 13 anos cai para nove a 11 horas; os adolescentes dos
14 aos 17 precisam de oito a nove horas de sono por noite; para adultos entre
18 e 64 anos, a recomendação é de oito a nove horas e acima de 64, o ideal
passa a ser de sete a oitos horas de descanso por noite.
A falta de sono pode acarretar em distúrbios como a
já conhecida insônia; apneia obstrutiva, onde há a obstrução das vias aéreas
que leva a uma parada da respiração, que dura em média 20 segundos; síndrome
das pernas inquietas; ronco; sonolência excessiva ao longo do dia; bruxismo,
que é o ato inconsciente de ranger ou apertar os dentes; narcolepsia, que é
caracterizado pelo sono incontrolável no qual o indivíduo dorme a qualquer
momento e em qualquer lugar; paralisia do sono, que faz com que a pessoa não se
mova ou fale logo após acordar; e até sonambulismo.
Para obter todos os benefícios do sono, é preciso
manter uma rotina de dormir e acordar no mesmo horário, apostar em refeições
leves antes de dormir, praticar exercícios físicos, evitar tomar bebidas que
contenham cafeína depois das 17 horas, desligar qualquer aparelho eletrônico,
manter um ambiente confortável e agradável, de preferência com todas as luzes
apagadas. Durma bem, para ficar bem!
Dr. Paulo Takeshi Nakano -
neurologista e clínico geral, responsável pelo setor de Neurologia do Hospital
IGESP.
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