Com incidência de casos três vezes mais na
população fumante, sendo mais comum em pessoas na faixa etária de 65 a 85 anos,
o principal sintoma é o aparecimento de sangue na urina
Pelo segundo ano consecutivo, a SBU-SP, Sociedade Brasileira de Urologia de
São Paulo promove a campanha Maio Vermelho, com o objetivo de chamar a atenção
da imprensa e da população para a importância da prevenção e tratamento do
câncer de bexiga, dada a relevância do assunto. O mês, que também é de combate
ao tabagismo, é um chamado para os males do tabaco, já que é, comprovadamente,
um dos fatores de risco para o aparecimento da doença. Segundo estimativas, o
problema afeta cerca de 2,4% da população no País.
De
acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer, até
o final de 2019, serão 9.480 mil novos casos de câncer de bexiga, sendo 6.690
em homens e 2.790 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado
de 6,43 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a sétima posição na lista
de óbitos no Brasil.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de
câncer ocupa a sexta posição na região sudeste do País. Uma rápida
retrospectiva mostra que, em 2015, o número de mortes chegou a 3.905, sendo
2.663 homens e 1.240 mulheres, segundo o relatório da Atlas de Mortalidade por
Câncer.
A doença é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário e o
nono tipo mais incidente no mundo. Quando comparado por sexo, nos homens, ocupa
a sexta posição de casos e, nas mulheres, a 19º causa de mortes mais frequente,
sendo mais comumente em países desenvolvidos.
Já foi comprovado que esse tipo de tumor tem relação direta com a
prática do tabagismo, com acometimento maior em pessoas com mais de 40 anos e,
em 60%, atinge indivíduos entre
65 a 85 anos. O papel do tabaco no aumento de casos é decorrente da absorção e
inalação dos componentes químicos presentes no cigarro.
“Essas substâncias altamente tóxicas e maléficas para a saúde caem
na corrente sanguínea e são filtradas pelos rins, porém chegam até a bexiga,
provocando uma degradação e destruição das células boas”, diz o urologista Dr.
Roberto Vaz Juliano, Diretor da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo,
coordenador e idealizador da campanha.
De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
(Icesp), a probabilidade de desenvolver o câncer de bexiga é três vezes maior
na população fumante do que na não-fumante.
Levantamento realizado em pacientes atendidos pela
instituição mostrou que, 65% dos casos diagnosticados em homens e 25% nas
mulheres, estão diretamente ligados ao hábito de fumar.
“Em aproximadamente 75% dos casos, o diagnóstico é realizado em
uma fase inicial, sendo possível o tratamento com chances de cura e menos riscos. Os custos para tratar o câncer de bexiga são
altos, especialmente nos casos avançados. Sabe-se ainda que a sobrevida está
relacionada com o estágio da doença”, explica o médico que também é membro do
Instituto de Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e
professor auxiliar da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina
do ABC – FMABC.
O urologista explica que o principal sintoma é o aparecimento de
sangue na urina, também chamada de hematúria, bem como a mudança no aspecto da cor em um tom mais avermelhado. “Para o diagnóstico devem ser
realizados exames de imagem como ultrassom de rins e bexiga, além de testes na
urina. Estes casos devem ser investigados e o médico urologista deve ser
procurado imediatamente”, completa.
Tratamentos
Entre as opções de tratamento, a depender do quadro apresentado
por cada paciente, estão as cirurgias de grande porte, quimioterapia e
radioterapia, acompanhamento oncológico, psicoterápico e fisioterápico com grande
impacto na qualidade de vida. Cerca de 70 a 75% dos casos, a doença é
superficial, em 25% invasiva e 5% já apresentam metástase à distância,
portanto, quanto mais cedo o paciente inicia a prevenção, maior será a chance
de cura.
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
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