segunda-feira, 20 de maio de 2019

SBU-SP alerta para o diagnóstico precoce do câncer de bexiga no mês de combate ao tabagismo



Com incidência de casos três vezes mais na população fumante, sendo mais comum em pessoas na faixa etária de 65 a 85 anos, o principal sintoma é o aparecimento de sangue na urina



Pelo segundo ano consecutivo, a SBU-SP, Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo promove a campanha Maio Vermelho, com o objetivo de chamar a atenção da imprensa e da população para a importância da prevenção e tratamento do câncer de bexiga, dada a relevância do assunto. O mês, que também é de combate ao tabagismo, é um chamado para os males do tabaco, já que é, comprovadamente, um dos fatores de risco para o aparecimento da doença. Segundo estimativas, o problema afeta cerca de 2,4% da população no País.

De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer, até o final de 2019, serão 9.480 mil novos casos de câncer de bexiga, sendo 6.690 em homens e 2.790 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 6,43 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a sétima posição na lista de óbitos no Brasil.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer ocupa a sexta posição na região sudeste do País. Uma rápida retrospectiva mostra que, em 2015, o número de mortes chegou a 3.905, sendo 2.663 homens e 1.240 mulheres, segundo o relatório da Atlas de Mortalidade por Câncer.

A doença é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário e o nono tipo mais incidente no mundo. Quando comparado por sexo, nos homens, ocupa a sexta posição de casos e, nas mulheres, a 19º causa de mortes mais frequente, sendo mais comumente em países desenvolvidos.

Já foi comprovado que esse tipo de tumor tem relação direta com a prática do tabagismo, com acometimento maior em pessoas com mais de 40 anos e, em 60%, atinge indivíduos entre 65 a 85 anos. O papel do tabaco no aumento de casos é decorrente da absorção e inalação dos componentes químicos presentes no cigarro.

“Essas substâncias altamente tóxicas e maléficas para a saúde caem na corrente sanguínea e são filtradas pelos rins, porém chegam até a bexiga, provocando uma degradação e destruição das células boas”, diz o urologista Dr. Roberto Vaz Juliano, Diretor da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, coordenador e idealizador da campanha.

De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), a probabilidade de desenvolver o câncer de bexiga é três vezes maior na população fumante do que na não-fumante. Levantamento realizado em pacientes atendidos pela instituição mostrou que, 65% dos casos diagnosticados em homens e 25% nas mulheres, estão diretamente ligados ao hábito de fumar.

“Em aproximadamente 75% dos casos, o diagnóstico é realizado em uma fase inicial, sendo possível o tratamento com chances de cura e menos riscos. Os custos para tratar o câncer de bexiga são altos, especialmente nos casos avançados. Sabe-se ainda que a sobrevida está relacionada com o estágio da doença”, explica o médico que também é membro do Instituto de Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor auxiliar da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC – FMABC.

O urologista explica que o principal sintoma é o aparecimento de sangue na urina, também chamada de hematúria, bem como a mudança no aspecto da cor em um tom mais avermelhado. “Para o diagnóstico devem ser realizados exames de imagem como ultrassom de rins e bexiga, além de testes na urina. Estes casos devem ser investigados e o médico urologista deve ser procurado imediatamente”, completa.


Tratamentos

Entre as opções de tratamento, a depender do quadro apresentado por cada paciente, estão as cirurgias de grande porte, quimioterapia e radioterapia, acompanhamento oncológico, psicoterápico e fisioterápico com grande impacto na qualidade de vida. Cerca de 70 a 75% dos casos, a doença é superficial, em 25% invasiva e 5% já apresentam metástase à distância, portanto, quanto mais cedo o paciente inicia a prevenção, maior será a chance de cura.





Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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