Mais rara, a Doença de Parkinson precoce pode ter
diagnóstico difícil, mas tratamento mais amplo.
A
Doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo progressivo,
incurável. Em geral, a doença acomete pacientes acima de 60 anos, mas
pode ocorrer mais precocemente e surgir antes dos 21 anos de idade.
Mais
de 200 mil pessoas possuem Doença de Parkinson em todo o Brasil, de acordo com
estimativas da Organização Mundial da Saúde. Os sintomas da doença ocorrem
devido a perda gradual de neurônios produtores de dopamina no mesencéfalo, uma
região bem específica do cérebro, que leva a lentidão do movimento, associado a
tremor de repouso ou rigidez. Quando esses sintomas surgem antes dos 40 anos,
chamamos de Doença de Parkinson precoce.
Dr.
Gustavo Franklin, neurologista do Hospital de Clínicas do Paraná, explica que a
Doença de Parkinson precoce “possui um caráter hereditário mais acentuado do
que na Doença de Parkinson ‘clássica’, de modo que os familiares têm maior
chance de adquirir.” O especialista também alerta para a importância do
diagnóstico precoce. “Como não é comum, é frequente o paciente demorar muito
tempo para ser corretamente diagnosticado”.
Embora
o tremor seja o sintoma mais marcante, o indicativo principal é a lentidão do
movimento, que é chamada de bradicinesia. Muito além dos sinais
relacionados ao movimento, existem sintomas chamados “não-motores”, que
envolvem todo o corpo do paciente e incluem constipação, transtornos de humor
como ansiedade e depressão, distúrbios do sono, alteração do olfato, apatia, e
muitos outros.
Os
sintomas na Doença de Parkinson precoce são os mesmos que acontecem na
manifestação tardia da doença, a diferença fundamental é, de fato, o início do
aparecimento. Como se inicia mais cedo, as complicações são percebidas
anteriormente.
“Os
pacientes mais jovens tendem a possuir menos efeitos colaterais dos
medicamentos, abrindo uma gama maior de alternativas ao tratamento. Além disso,
a cirurgia de DBS (Deep Brain Stimulation) é contraindicada para pacientes mais
velhos (em geral, acima de 70 anos), assim o paciente mais jovem tem maior
chance de se beneficiar da cirurgia”, explica. De acordo com o neurologista, a
operação melhora significativamente os sintomas motores e, junto a um
tratamento multidisciplinar, com fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia
é capaz de oferecer uma independência e qualidade de vida ao paciente.
Embora
ainda não tenha cura, há diversos tratamentos específicos. Dr. Gustavo explica
que cada vez mais medicamentos estão surgindo e, por ser muito prevalente, os
avanços na medicina são promissores. “Novos tratamentos surgem todo ano e hoje
o paciente com Parkinson pode ter uma vida com poucas limitações”, finaliza.
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