sexta-feira, 31 de maio de 2019

Dia Mundial Sem Tabaco (31/5): sete dicas para abandonar o cigarro


A fumaça do cigarro possui em torno de 4,7 mil substâncias tóxicas que trazem riscos à saúde



O dia de hoje é marcado pelo Dia Mundial Sem Tabaco. A data é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos e mortais do uso do tabaco e da exposição ao fumo passivo. Em 2019, o mote da campanha é "saúde do tabaco e dos pulmões". 

Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 10,1%, sendo 13,2% entre homens e 7,5% entre mulheres. Este percentual é acessado, desde 2006, por meio de monitoramento anual por telefone nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal com adultos maiores de 18 anos que residam em local com linha de telefone fixo.



Riscos do Tabagismo


De acordo com o oncologista Tiago Kenji, especialista em câncer de pulmão no Hospital Santa Paula, o risco de câncer de pulmão em um ex-fumante será sempre maior quando comparado a alguém que nunca tenha fumado.

“Comparados aos não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver o câncer de pulmão. Geralmente os sintomas aparecem apenas quando a doença já está avançada como: tosse frequente, mudança no padrão da tosse, tosse com sangue, rouquidão, chiado no peito, falta de ar e dor no tórax”, explica o especialista.

O câncer de pulmão pode ser classificado em quatro estágios. O estágio 1 representa os tumores iniciais, o 2, os tumores um pouco maiores, mas ainda restritos aos pulmões, o 3, os tumores avançados dentro do tórax, e o 4 são os tumores que já se disseminaram pelo organismo. O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. 

“Costumo dizer para meus pacientes que, hoje, o maço de cigarros custa em média R$ 7,00. Em vinte anos, o indivíduo gastará em média R$ 50 mil, ou seja, se parar de fumar, ele pode comprar um carro zero km ou fazer uma viagem para o exterior”, diz Kenji. 

Para quem convive com fumantes, o médico aconselha a evitar ao máximo o contato com o cigarro, determinando a área externa como o único ambiente possível para quem quiser fumar. O médico afirma que o simples fato de ser fumante passivo já aumenta em 30% o risco de ter câncer de pulmão. “O tabagismo é uma doença crônica e transmissível, basta olhar alguém fumando para sentir vontade. É por isso que 85% dos tabagistas começam a fumar aos 16 anos. De 80% que tentam parar, apenas 3% conseguem”, afirmou. 

Se o tabagista está em tratamento, é importante que a família e amigos saibam lidar com as possíveis recaídas. “Em média, é na terceira tentativa que a interrupção definitiva é alcançada pelo paciente.”



Outras doenças 


Além do câncer de pulmão, o cigarro pode causar cerca de 50 outras doenças, especialmente problemas ligados ao coração e à circulação. 

De acordo com o médico, cada tragada é responsável pela inalação de aproximadamente 4,7 mil substâncias tóxicas. As principais são a nicotina, associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação sanguínea); o monóxido de carbono (CO), que reduz a oxigenação sanguínea no corpo; e o alcatrão, que reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.


Entre os principais danos causados ao corpo estão:


Boca: mau hálito, irritação da gengiva, aparecimento de cáries, alteração nas papilas gustativas, o que afeta o paladar, e aumento do risco de câncer de boca.

Cérebro: a dificuldade de circulação sanguínea no órgão pode comprimir os vasos e aumentar a pressão arterial, resultando em um derrame cerebral. 

Coração: aumento do colesterol total, da pressão arterial e da frequência cardíaca, que pode subir em até 30% durante as tragadas. Além disso, todo fumante é mais propenso a ter infarto.

Corrente sanguínea: o fumante está mais sujeito a problemas relacionados à circulação como aneurisma, trombose, varizes e tromboangeíte obliterante, que afeta as extremidades do corpo, podendo levar à amputação de membros.

Estômago: náuseas e irritação das paredes do estômago. As substâncias tóxicas do cigarro também podem gerar gastrite, úlcera e câncer no estômago.

Fígado: a nicotina é metabolizada no fígado e, consequentemente, aumenta a chance de desenvolver câncer no órgão.

Pulmão: os tecidos dos pulmões perdem a elasticidade e são destruídos aos poucos. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um dos problemas causados e manifesta-se de duas maneiras: enfisema pulmonar e bronquite crônica. Das mortes provocadas por essas enfermidades, 85% estão associadas ao cigarro. Elas geralmente se desenvolvem depois de muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão por causa das toxinas do cigarro. 


O oncologista listou sete dicas para quem quer parar de fumar:


1 - Em média, é na terceira tentativa que a interrupção definitiva é alcançada, tenha paciência. 

2 - Existem vários grupos de apoio antitabagistas para orientar os pacientes que desejam parar de fumar. As pessoas se reúnem em grupos de autoajuda, no mínimo, uma vez por semana. Em alguns casos essa frequência pode ser ajustada para mais dias por semana.

3 - No Brasil, os tratamentos farmacológicos podem ajudar, eles incluem o uso de adesivos e goma de mascar. 

4 – Evite bebidas alcoólicas e café, pois a ingestão desses líquidos estimula a vontade de fumar. 

5 - A abstinência é normal e dura somente alguns minutos. Neste momento, beba água, masque chiclete ou coma algum doce. 

6 - A prática de exercício físico contribui muito para a melhora respiratória. As atividades mais indicadas são natação, caminhada, corrida e ciclismo.

7 – Busque o apoio de sua família e amigos para lidar com possíveis recaídas. 


Algumas das vantagens em largar o vício são: 


- Ter a pressão sanguínea de volta ao normal após 20 minutos sem fumar.

- Ter a circulação sanguínea adequada após três semanas sem cigarro.

- Depois de 5 a 10 anos, ter o risco de infarto igual ao de uma pessoa que nunca fumou.

- Os que largarem o cigarro aos 30 anos podem viver até dez anos mais do que viveriam.

- Diminuir a ansiedade e o risco de calvície.






Hospital Santa Paula
Av. Santo Amaro, nº 2468 - Vila Olímpia - (11) 3040-8000



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