Geralmente conhecida por seus cuidados com a voz, a
fonoaudiologia atua com diversos aspectos do desenvolvimento humano, envolvendo
o conhecimento da estrutura neurológica e de cabeça e pescoço para a condução
de atividades funcionais que devolvam ou potencializem o sistema comunicacional
do indivíduo.
“Do recém-nascido ao idoso, a fonoaudiologia
compreende departamentos como o de motricidade orofacial, linguagem,
neuro-aprendizagem e audição, somando em processos diagnósticos e tratamentos
especializados, com grande ganho para a qualidade de vida dos assistidos”,
declara Irene Marchesan, uma das principais referências da área no Brasil e no
exterior, com mais de 40 anos de atividades.
Com a ajuda da profissional, listamos algumas das
atribuições da fonoaudiologia no atendimento da população em todas as fases da
vida:
- No
nascimento
Já no primeiro dia de vida do bebê a fonoaudiologia
está presente para a avaliação tanto da audição, realizando o teste da
orelhinha, quanto da avaliação do frênulo da
língua, que identifica precocemente a língua
presa. Neste último exemplo, a identificação permite a rápida
correção do problema com apenas um corte do frênulo, que
pode ser feito ainda na maternidade. Além de favorecer a amamentação, o
tratamento permite o correto desenvolvimento da fala ao longo de toda a vida.
- Na
infância
Em um momento crucial do desenvolvimento da fala,
leitura e escrita,podem ocorrer distúrbios causados tanto pelo
desenvolvimento neurológico quanto estrutural da face, incluindo aspectos
comuns em doenças como autismo, Síndrome de Asperger, dislexia ou dislalia, que
dificultam a comunicação, socialização e aprendizagem da criança. Em todos
esses processos a Fonoaudiologia tem papel fundamental para o diagnóstico e
tratamento, incluindo a parceria com as escolas e seus educadores, assim como
outras especialidades médicas.
- Na
adolescência
A adolescência é a fase de grandes transformações
no corpo, que também se estendem à fala. Neste período é comum a mudança
vocal, que em alguns casos, especialmente com meninos, pode ser
trabalhada para a melhor condução de seus relacionamentos interpessoais. Ainda
nesta etapa é comum a necessidade de correções ortodônticas,
em que a fonoterapia pode somar com atividades respiratórias e vocais.
- Na
vida adulta e profissional
Embora a voz seja um elemento importante de
apresentação de todo indivíduo, em algumas áreas ou atividades profissionais
ela é ainda mais exigida, como no caso de professores, cantores, palestrantes
ou simplesmente pessoas que tenham a demanda de se apresentar em público com
frequência, como executivos. Aspectos como gagueira, rouquidão, entonação,
entre outros, são analisados e trabalhados pelo fonoaudiólogo para a obtenção
de maior clareza, fluidez e segurança no processo de comunicação profissional.
Ela ainda atua para o correto uso do aparelho fonador, a fim de preservar a
estrutura das pregas vocais.
- Na
terceira idade
Em meio a diversos processos degenerativos comuns
nessa faixa etária, os fonoaudiólogos atuam direta e indiretamente no suporte
de tratamento de doenças que afetam a audição (surdez), bem como a fala e
deglutição. Câncer de cabeça e pescoço, mal de Parkinson, AVC (derrame), entre
outras, tendem a deixar sequelas que afetam não apenas a fala, mas todo o
processo de ingestão de alimentos, que se não tratados comprometem outras
funções do idoso com sequelas graves. Em todas essas condições o tratamento
fonoaudiológico tem como papel melhorar a qualidade de vida desses indivíduos,
recuperando autonomia, sociabilidade e a saúde como um todo.
Não à toa, a atuação dos fonoaudiólogos vem sendo
cada vez mais reconhecida e inserida às propostas de tratamento
multidisciplinar em apoio a médicos em hospitais, clínicas, bem como em escolas
e empresas.
Irene
Marchesan - Diretora e fonoaudióloga do CEFAC – Clínica de
Fonoaudiologia, possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (1977), mestrado em Fonoaudiologia pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (1989) e doutorado em Educação pela
Universidade Estadual de Campinas (1998). Título de Especialista em Motricidade
Orofacial (MO) nº 01, concedido pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa).
Membro da International Association Orofacial Myology (IAOM) desde 1995. Membro
da American Speech-Language-Hearing Association (ASHA) desde 1995 e atual
Presidente da AAMS – Academy of Applied Myofunctional Sciences. Irene possui
experiência clínica desde 1978. Escreveu livros e capítulos de livros, além de
ser membro do corpo editorial de periódicos científicos: Revista CEFAC de
Atualização Científica; Distúrbios da Comunicação, Revista da Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia.
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