De
acordo com o cirurgião
oncológico do HCor, uma dieta rica em gordura
animal, carnes processadas e baixa ingestão de fibras, frutas frescas e
vegetais pode impulsionar o surgimento da doença, principalmente no aparelho
digestivo
A alimentação inadequada é responsável por cerca de 20%
dos casos de câncer no país, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). De
acordo com a instituição, um em cada três casos poderia ser evitado com a
adoção de dieta saudável, controle de peso e prática de atividade física.
"Principalmente os casos de colorretal ou do intestino grosso",
ressalta Dr. Ulysses Ribeiro, cirurgião oncológico
do aparelho digestivo e coordenador do Serviço de Cirurgia Oncológica do
HCor. "É o tumor maligno mais frequente que acomete o aparelho digestivo.
Corresponde a 8% de todas as mortes por câncer no país e está no 3º lugar em
incidência no mundo", afirma.
Com prevalência maior nas regiões Sudeste e Sul, o câncer
de intestino atingiu em São Paulo, de 28 a 36 homens por 100 mil habitantes e
25 a 33 mulheres por 100 mil habitantes. Embora as estatísticas sejam
preocupantes, a boa notícia é que há como prevenir a doença, na grande maioria
dos casos. "A prevenção primária se baseia numa dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas frescas, cereais
(preferencialmente os integrais), verduras, legumes, grãos e sementes, além da
prática de atividade física regular e diminuição da obesidade. Além disso,
deve-se parar de fumar, evitar ou diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, de
carnes processadas e de quantidades acima de 300 gramas de carne vermelha por
semana", explica o cirurgião oncológico.
Já a prevenção secundária ocorre por meio da busca ativa
dos pólipos e tumores pequenos, como o teste de sangue oculto nas fezes e a
colonoscopia que é o exame endoscópico do intestino grosso. Este método permite
além do diagnóstico, o tratamento com a retirada dos pólipos e/ou tumores
pequenos e não profundos.
Prevenção
e diagnóstico precoce:
Inicialmente, este tipo de câncer pode não apresentar
sintomas, fase denominada assintomática. Muitas vezes as pessoas já podem
apresentar pequenas lesões na parede interna do intestino, que se parecem com
elevações ou verrugas, chamadas de pólipos, e não tem quaisquer queixas. Na
maior parte dos indivíduos, os tumores ocorrem a partir destes pólipos.
"Se retirarmos os pólipos, o risco de evolução para tumor diminui. Quando os
tumores progridem e invadem os tecidos podem ocasionar alterações do hábito
intestinal, sangramento ou dor abdominal", alerta Dr. Ribeiro.
Rastreamento
e métodos minimamente invasivos:
O rastreamento na fase assintomática deve começar a
partir dos 50 anos para a população geral. O procedimento cirúrgico ainda é o
principal recurso para os tumores do intestino e pode ser indicado no início do
tratamento, pós-quimioterapia, ou pós-radio/quimioterapia. O método
laparoscópico veio trazer as vantagens da cirurgia minimamente invasiva ao
tratamento, incluindo-se menores incisões abdominais, menor tempo de
recuperação, menor dor pós-operatória, maior rapidez de início da quimioterapia
para pacientes que precisam e retorno mais rápido ao trabalho. "Faça os
exames de rastreamento para o câncer do intestino de acordo com as orientações
de seu médico. O tumor de intestino é passível de prevenção, não tenham
medo", orienta o cirurgião oncológico do HCor.
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