terça-feira, 21 de maio de 2019

A forma como somos tratados diz mais do outro do que de nós mesmos



A forma como nos expressamos nos nossos relacionamentos é muito importante - ela reflete como nos sentimos por dentro. Portanto, não se culpe pelo comportamento dos outros. E não permita que as atitudes alheias influenciem na sua maneira de agir. Essa pode ser uma grande armadilha que certamente prejudicará suas relações.

Quem explica é a orientadora emocional para mulheres, com foco em relacionamentos, Camilla Couto: “a única maneira de tentarmos mudar o comportamento dos outros é, antes, mudando o nosso próprio. É enxergando a nossa parte na relação e agindo de forma diferente. Apesar de ainda estar convicta disso, venho percebendo que temos a mania de achar que tudo que acontece na relação depende, apenas, das nossas atitudes. Só que não é bem assim”, enfatiza.

Camilla lembra: “quando alguém nos trata de uma forma inesperada e nos sentimos culpados, achando que deveríamos ter feito diferente, entramos em uma das ciladas mais frequentes nos relacionamentos”. Ela explica: “o comportamento das pessoas tem muito mais a ver com elas mesmas, com seus próprios sentimentos, sua personalidade e seu estado emocional do que com as condições externas, do que conosco”.  

Para Camilla, o modo como o outro nos trata fala muito mais dele do que de nós. E, obviamente, o contrário também é verdadeiro. E o que isso significa? “Que grosseria, descaso, ciúme exagerado, necessidade de controle são sintomas que dizem respeito a quem os expressa, e não àqueles com quem a pessoa se relaciona. Nossos relacionamentos refletem nosso próprio universo interior. Sentimentos de mágoa, dúvida, baixa autoestima, insegurança e apego, por exemplo, assim como de amor, confiança, gratidão, alegria e serenidade direcionam nossas atitudes e regem nosso comportamento com os outros”, revela a orientadora.

Além disso, nós também tendemos a espelhar nossas atitudes nas atitudes alheias. Isto é, quando somos tratados com gentileza, retribuímos com gentileza, quando alguém se dirige a nós com grosseria, revidamos de igual forma. Camilla lembra que agimos assim instintivamente na maioria das nossas relações, mas que esse é, na verdade, um modo de REAGIR e não de AGIR: “reagimos quando deixamos que o comportamento do outro direcione o nosso. Agimos quando nossas atitudes são reflexo daquilo que realmente somos por dentro, independentemente do que vem de fora”.

Ela dá algumas dicas preciosas para lidar com atitudes inesperadas ou quando acabamos nos sentindo maltratados:

1)      lembre-se de que o modo como tal pessoa te trata diz muito mais sobre a história dela e o que ela está enfrentando no momento do que sobre você, as suas atitudes e a sua bagagem;

2)      não caia na armadilha de acreditar que você fez por merecer, não se culpe pelas atitudes dos outros;

3)      não permita que o modo como você é tratada dite a forma como você trata o outro. Essa pessoa não precisa que você a trate mal, as atitudes dela demonstram o quanto ela já não está se sentindo bem. Trate-a da melhor maneira possível, mostre como você é por dentro.

“Somos todos responsáveis pelos nossos atos. Quando estiver vivendo uma situação em que não foi tratado como gostaria, pare por alguns instantes e analise: o que a atitude do outro demonstra? Que história de vida a pessoa teve e que reflete na maneira como ela age? Da mesma forma, não deixe que os seus fantasmas, conflitos e descontentamentos internos reflitam no modo como você trata seu parceiro, seus familiares, seus amigos e seus colegas de trabalho. Relacionamento é troca. Que sejam trocas de amor, carinho, cuidado, atenção, gentileza, e não de raiva, frustrações, decepções, culpa e grosseria. Se cada um souber cuidar das próprias emoções e dos próprios sentimentos, relacionar-se se torna muito mais fácil e prazeroso”, complementa.





Camilla Couto - Orientadora Emocional para Mulheres, com foco em Relacionamentos. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. Orientadora emocional, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta, viveu durante 8 anos no exterior conhecendo diferentes culturas e comportamentos. No blog amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e dependência emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez mais.

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