O jejum intermitente pode ser denominado como um
padrão alimentar com períodos de jejum e alimentação, algo natural e saudável.
O Dr. Juliano Pimentel, formado em medicina e fisioterapia, pesquisador, mestre
e doutorando pela Flórida Cristian University, desvendou 10 mitos sobre o
assunto. Entre os dias 31 de maio e 1 de junho, o especialista estará em São
Paulo para participar do World Pro Health Conference (WPHC), evento de padrão
internacional sobre inovações em medicina integrativa e de precisão,
biotecnologia e genoma.
Confira os 10 mitos sobre jejum intermitente e
frequência alimentar:
1. Pular o café da manhã engorda
Intuitivamente, a maioria das pessoas acredita que não tomar o café da manhã vai aumentar a fome e, consequentemente, provocar o ganho de peso. No entanto, um estudo publicado em 2014 comparando 283 pessoas obesas e com sobrepeso, um grupo que consumiu café da manhã e outro que fez jejum. Após um período de 16 semanas, não houve diferença de peso entre os grupos. Esse estudo mostra que não faz qualquer diferença para perda de peso, consumir ou não o café da manhã, embora possa haver alguma variabilidade individual.
2. Comer frequentemente acelera o metabolismo
Um dos mitos sobre jejum intermitente é que ele
prejudica o metabolismo. Muitos acreditam que se alimentar de três em três
horas acelera o metabolismo, fazendo o corpo queimar mais calorias. Em 1970, a
média de refeições era de duas por dia e a obesidade era quase inexistente.
Atualmente essa frequência é de seis vezes por dia. Por fim, o que importa é
como os hormônios se comportam para lidar com as calorias totais ingeridas.
3. Comer frequentemente reduz a fome
Algumas pessoas acreditam que comer várias vezes
ao dia ajuda a evitar a fome excessiva. Apesar de alguns estudos sugerirem que
fazer mais refeições leva à redução da fome, outros não apresentam efeitos e
mostram aumento dos níveis de fome. Não há evidência que confirma que comer
mais, reduz a fome para todas as pessoas. Vai depender do histórico de saúde de
cada indivíduo e dos alimentos. Em contrapartida, o jejum tem relação com a redução
da fome.
4. “Saco vazio não pára em pé...”
Muitos de nós crescemos ouvindo que precisaria
comer ou passaria mal. No entanto, nenhum animal na natureza precisa se
alimentar para fazer uma atividade intensa quando necessário, simplesmente por
ser um caso de vida ou morte. Nosso corpo possui uma reserva de energia
incrível, mas com a rotina moderna esses mecanismos de adaptação estão todos
travados por conta de uma alimentação que joga contra nossa saúde.
5. O cérebro precisa de fonte constante de glicose
Outro mito que envolve o jejum intermitente é a
necessidade de ingerir carboidratos várias vezes ao dia para que o cérebro
continue funcionando corretamente. Isso é baseado na crença que ele só pode
usar glicose (açúcar no sangue) como combustível. Mas o corpo pode facilmente
produzir a glicose que precisa por meio de um processo chamado de
gliconeogênese. Ou seja, o corpo armazena glicogênio (glicose) no fígado para
ser usado como energia ao cérebro quando for necessário.
No entanto, algumas pessoas relatam que se sentem
hipoglicêmicos, quando não se alimentam por um tempo. Nesse caso, procurar
orientação médica é o melhor caminho antes de adotar a prática.
6. Jejum coloca seu corpo em “modo de inanição”
Colocar o corpo em “modo de fome” é outro mito
acerca do jejum intermitente. De acordo com as alegações, não comer faz o corpo
pensar que está morrendo de fome e, por isso, desliga o seu metabolismo e
impede que queime gordura.
É verdade que a perda de peso no longo prazo pode
reduzir a quantidade de calorias que a pessoa queima. Esse é o verdadeiro “modo
de fome”. No entanto, isso acontece com a perda de peso em geral, não importa o
método usado. Não há evidência de que isso aconteça mais com o jejum
intermitente do que com outras estratégias de perda de peso. No contraponto,
estudos comprovam que o jejum no curto prazo aumenta a taxa metabólica.
7. O corpo só digere certa quantidade de proteína por refeição
Há quem diga que só podemos digerir 30 gramas de
proteína por refeição, e que devemos comer a cada 2-3 horas para maximizar o
ganho muscular. No entanto, isso não é apoiado pela ciência. Estudos não
mostram diferença na massa muscular se a pessoa comer proteína em doses mais
frequentes.
8. Jejum intermitente faz você perder músculo
Alguns acreditam que o jejum pode colaborar para
a perda muscular. É verdade que isso acontece com dietas em geral. Mas não há
nenhuma evidência de que isso ocorre mais com o jejum intermitente do que
outros métodos. Alguns estudos sugerem que o jejum intermitente é melhor para
manter a massa muscular pela alteração do padrão hormonal de quem o faz.
9. O jejum intermitente é ruim para a saúde
Esse é um dos mitos mais frequentes sobre a
prática. No entanto, vários estudos mostram que o jejum intermitente traz
diversos benefícios para a saúde como a mudança da expressão de genes
relacionados à longevidade e proteção contra doenças. Traz também grandes
vantagens para a saúde metabólica como melhora da sensibilidade à insulina,
redução do estresse oxidativo e inflamação e redução de vários fatores de risco
para doenças cardíacas. Além disso, ajuda contra a depressão e vários outros
problemas cerebrais.
10. Jejum intermitente faz a pessoa comer demais e gera compulsão
alimentar
Há quem diga que o jejum intermitente não causa
perda de peso porque faz com que a pessoa coma em excesso durante os períodos
de alimentação. Realmente, após o um jejum, existe a tendência de ingerir mais
alimentos compensando as calorias “perdidas”. No entanto, o jejum intermitente
reduz a ingestão alimentar global enquanto estimula o metabolismo. Também reduz
os níveis de insulina e aumenta o hormônio de crescimento humano até cinco
vezes.
Devido a esses fatores, o jejum intermitente
contribui para a perda de gordura, sendo reconhecido como uma das ferramentas mais
poderosas do mundo para a redução de peso e promoção de saúde.
Serviço
World Pro Health Conference (WPHC)
Programação: https://www.wphc.com.br/
Datas: 31 de maio
e 1º de junho de 2019
Local: World
Trade Center – Av. das Nações Unidas, 12551, 17º andar, Brooklin Novo, São
Paulo (SP)
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