A Endomarcha chama a atenção do mundo para a doença que atinge uma em cada 10
mulheres e é uma das principais causas da infertilidade feminina
A Marcha Mundial pela Conscientização da
Endometriose (Million Women March for Endometriosis), acontecerá no dia 30 de março, em mais de 70 países.
Será o 6º ano no Brasil, desta vez com a participação de 20 cidades no evento
que irá reunir mulheres portadoras da doença, familiares e profissionais da
saúde que lutam por atendimento digno e políticas públicas que facilitem o
diagnóstico e o tratamento da Endometriose. Estima-se que 200 milhões de
meninas e mulheres sejam atingidas pela doença em todo o mundo. No Brasil, a
estimativa é que esse número seja superior a 6 milhões de portadoras. Além
disso, estima-se que 40% das mulheres com endometriose apresentem problemas de
infertilidade. "O diagnóstico precoce é a principal arma para evitar
o avanço da endometriose. A infertilidade, normalmente, ocorre quando as
trompas são afetadas, impedindo a chegada dos espermatozoides; quando os
processos de ovulação e implantação do embrião passam a ser afetados por
questões hormonais e o diagnóstico é tardio; e alterações imunológicas que
podem, inclusive, provocar abortos espontâneos e precoces", destaca a
Doutora Maria do Carmo Borges, diretora da Sociedade Brasileira de Reprodução
Assistida e Presidente da REDLARA - Rede Latino-Americana de Reprodução
Assistida.
O endométrio é uma mucosa que reveste a parede
interna do útero. Mensalmente, não havendo fecundação, a mucosa será expelida
junto com a menstruação. A endometriose se desenvolve quando o endométrio não é
completamente eliminado e volta no sentido oposto, caindo nos ovários ou na
cavidade abdominal. A doença pode apresentar, entre outros sintomas, cólica
menstrual progressiva, dor durante a relação sexual, dor e sangramento ao
urinar, ao evacuar, inchaço, náuseas e vômitos, constipação e diarreia.
A EndoMarcha – EndoMarch - foi idealizada em 2014 para dar voz às milhões de mulheres que
sofrem com a doença, um movimento de empoderamento feminino. Este ano, das 20
cidades brasileiras que integram o movimento 17 são coordenadas por endomulheres. Desde a primeira edição, o
Brasil é o país com mais cidades inscritas no mundo todo. O movimento ocorre em
março, mundialmente reconhecido como o Mês de Conscientização da Endometriose.
“No Brasil, a cada ano essa participação aumenta mais. Em 2014, por exemplo,
estivemos em quatro cidades. Em seis anos, o Time Brasil quintuplicou a EndoMarcha no país”, comemora
Caroline Salazar, capitã brasileira da EndoMarcha, jornalista e idealizadora
do blog "A Endometriose e Eu". O blog, criado em 2010, se tornou
referência no assunto entre portadoras, médicos e cientistas no Brasil e no
mundo por ter sido pioneiro em retratar a vida de uma portadora da doença e por
trazer textos exclusivos sobre a endometriose de pesquisadores internacionais
renomados. “A marcha é um evento legítimo de reivindicação pelos nossos
direitos, pelo diagnóstico precoce e pelo reconhecimento da endometriose como
doença social, com a criação de políticas públicas para que o tratamento possa
ser realizado pelo SUS”, afirma “Um dado alarmante é que uma em cada 10
mulheres tem a doença. Por isso esses números podem ser muito maior,
ressalta Caroline.
A partir do movimento, leis com foco na
conscientização e disseminação de informações sobre a doença já começaram a
surgir nos estados de Roraima e São Paulo, além da cidade de Campo Grande (MS).
“Isso é bom não só para as portadoras, mas também para os médicos, uma vez que
faz com que o acesso à informação sobre a endometriose seja maior”, pontua a
capitã da EndoMarcha Time Brasil que convida todos a participarem da Campanha
da EndoMarcha 2019
#1em10, que foi lançada nas redes sociais do blog (http://aendometrioseeeu.com.br/).
Para participar da Endomarcha, os interessados devem
realizar seu cadastro gratuitamente no link: https://goo.gl/Et5DUp. O horário de concentração será o mesmo em todas as regiões: 9h
(horário de Brasília), do dia 30 de março. Às 10h, serão iniciadas as
caminhadas para conscientização da doença que no Rio de Janeiro acontecerá na
Estação Central do Brasil – Saída do Campo de Santana. "Não precisa ser
portadora de endometriose para marcar presença na EndoMarcha 2019. Mulheres,
homens, crianças e idosos: sua participação será um apoio para milhões de
portadoras e suas famílias", conclui a Dra. Maria do Carmo Borges.
Dra. Maria do
Carmo Borges de Souza - http://lattes.cnpq.br/3857149737524845 - graduada em Medicina com
Mestrado e Doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e
Livre-Docência pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. É a atual
Presidente da REDLARA - Rede Latino Americana de Reprodução Asistida. É membro da
Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia- ESHRE; Diretora da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida;
Diretora da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e Diretora
médica do Centro de Reprodução Humana FERTIPRAXIS.
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