Talento Incluir apresenta dicas para um carnaval inclusivo

De acordo com Carolina Ignarra, sócia fundadora da Talento Incluir - consultoria que já viabilizou empregos e desenvolvimento profissional a mais de cinco mil pessoas com deficiência em 10 anos de atuação - o aumento da inclusão no mercado de trabalho revela o crescimento do poder de consumo desse público, especialmente nos setores de entretenimento e turismo. Com a proximidade do carnaval, Carolina Ignarra aponta dicas importantes para foliões e turistas aproveitarem o Carnaval da Inclusão:
 

1. É possível buscar folias com espaço exclusivo a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, blocos e escolas de sambas com áreas inteiras preparadas para esses foliões. Além disso, é preciso um espaço reservado para descansar – o que não significa espaço VIP;
2. Lembre-se: cadeira de rodas não é porta pacotes e nem apoio para bolsas, sacolas e etc;
3. Lixo, latas e garrafas pelo chão podem atrapalhar a movimentação das pessoas que usam cadeiras de rodas ou possuem mobilidade reduzida, além de ser um risco para qualquer folião;
4. Nem sempre pessoas com deficiência precisam de ajuda. Por isso, sempre pergunte antes de sair empurrando uma cadeira de rodas.
5. Pessoa com deficiência é o termo correto para se referir aos foliões com qualquer tipo de deficiência;
6. Procure um evento inclusivo, que dispõe de banheiro químico acessível, instrutores de apoio e fila preferencial nos bares e lanchonetes. Serviços de áudio descrição de desfiles, sambas enredos em libras, transporte gratuito para pessoas com deficiência são bem-vindos;
7. As vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiência atendem a uma questão de espaço muito importante para o usuário. Estacionar nessas vagas sem autorização é infração de trânsito e dificulta a mobilidade e a segurança da pessoa com deficiência no embarque e desembarque do veículo.

Porém, viajar para "fugir" da agitação também é uma alternativa no carnaval. Para que as pessoas com deficiência possam desfrutar de uma experiência positiva é preciso encontrar opções de passeios e hospedagens preparados, observando as seguintes dicas:

1. Atendimento inclusivo não substitui a acessibilidade, mas é o que fará a diferença, caso o local ainda não esteja estruturalmente acessível;
2. Toalhas e controles remotos devem sempre estar ao alcance de pessoas com nanismo ou usuárias de cadeira de rodas;
3. Sanitários acessíveis não devem ser utilizados como dispensa ou depósito;
4. Pessoas com deficiência intelectual devem ser tratadas como crianças apenas se forem crianças;
5. Atender o consumidor com deficiência com excelência gera inclusão e oportunidades de crescimento dos negócios e no setor;
6. É muito importante que o atendimento à pessoa com deficiência desperte a mesma satisfação que nos demais clientes. Profissional, sem parecer exagerado e nem virar "paparicação" ou "infantilização";
7. Atitudes desatentas prejudicam a relação comercial, a capacitação dos colaboradores para realizar um atendimento de qualidade ajuda o local ser referência entre pessoas com ou sem deficiência.

"Para atender de forma adequada as pessoas com deficiência é necessário investir em cultura e não apenas em obras de adequação. As pessoas com deficiência têm o direito de aproveitar o carnaval como qualquer outro folião ou turista. Somente assim, o carnaval poderá ser de fato considerado 'a festa do povo", destaca Carolina Ignarra, da Talento Incluir.