Apesar de ter ganho força entre os gestores, o discurso da
diversidade nas empresas ainda não se tornou uma prática no Brasil. De acordo
com estudo realizado pelo Instituto Ethos, a porcentagem de mulheres em cargos
de presidência continua abaixo dos 7%, tanto em pesquisas nacionais quanto
internacionais. Homens brancos ainda são a maioria no comando das organizações.
“Um dos problemas da falta de diversidade dentro das empresas é
o chamado viés inconsciente, que são preconceitos que estão presentes no
inconsciente das pessoas. Esses vieses são construídos em contextos criados
pela família, amigos, professores e sofrem forte influência da cultura. Assim,
ao longo da vida, esse poderoso sistema de crenças fica gravado no inconsciente
e muitos dos comportamentos que as pessoas têm nas corporações são guiados por
aquilo que acreditam ser verdade”, explica Cris Kerr CEO da CKZ Diversidade.
Por serem inconscientes, esses vieses são um dos grandes
sabotadores que contribuem para que as mulheres não alcancem os cargos de alta
liderança, pois influenciam negativamente a escolha dos líderes no momento da
seleção, promoção, sucessão e avaliação de desempenho. “O viés de afinidade,
por exemplo, é um dos responsáveis por preferirmos pessoas parecidas conosco e,
muitas vezes, rejeitarmos aquelas que são diferentes”, complementa a
especialista em diversidade.
Além do impacto do viés inconsciente e da desigualdade de
gênero, as mulheres ainda hoje enfrentam outros desafios no mercado de
trabalho, como a Síndrome da Impostora, que é um sentimento de não
merecimento por suas conquistas e pelo sucesso alcançado. No ambiente
corporativo, essa dificuldade é intensificada, pois os padrões exigidos das
mulheres são mais altos que o dos homens. Assim, elas têm que se esforçar muito
mais para provar sua competência.
O que muitas empresas ainda não sabem é que a diversidade também
aumenta o desempenho financeiro do negócio. O Instituto Peterson de
Economia Internacional realizou uma pesquisa global com mais de 22 mil
companhias de 91 países, e identificou que as empresas que aumentaram
a presença de mulheres em 30% nos cargos de alta liderança tiveram um
aumento de 15% em sua rentabilidade.
Por isso, é importante criar um ambiente inclusivo que possa
atrair e reter as mulheres nos cargos de alta liderança. “Incluir a diversidade
na agenda estratégica das organizações é um excelente caminho para incentivar e
motivar os colaboradores, aumentar a produtividade da equipe e ainda melhorar a
performance financeira”, finaliza Cris.
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