terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Hidratação, alergias, dores no corpo e ressaca, foliões devem estar atentos aos cuidados no Carnaval


Hospital Alemão Oswaldo Cruz dá dicas para que a saúde seja preservada durante a folia


Entre os brasileiros a ideia de que o ano se inicia somente após o Carnaval se proliferou de tal maneira que os primeiros meses do ano são dedicados aos planejamentos da folia. Independentemente de como e onde a festa será comemorada o importante é inserir na lista de prioridades os cuidados para que durante e após o agito a rotina possa ser retomada normalmente.


Alergias e irritações

Ninguém quer passar desapercebido no Carnaval e o glitter é peça-chave dos ornamentos. Porém, certos cuidados são necessários para que ele não atrapalhe a diversão. A irritabilidade provocada pelo contato com a pele ou com os olhos deve ser tratada com a lavagem imediata do local afetado.

Caso a exposição seja acidental com pouco contato com o produto, faça uma limpeza com sabão neutro, seguido de uma fita adesiva com pouca cola, que permite tirar manualmente o foco do glitter. Já nos casos de exposição abrangente, recomenda-se o uso de uma substância oleaginosa e neutra durante o banho, como por exemplo óleo de coco, seguido da lavagem com sabão neutro. A preferência pelo óleo de coco se dá pelo seu PH mais neutro e menor potencial de irritabilidade.

Nas circunstâncias em que o contato se dá apenas na face, demaquilantes convencionais bifásicos são eficazes na remoção do glitter. Sua característica bifásica faz uma camada entra a pele e o glitter e após a segunda demão, o glitter sai. Se o globo ocular for atingido, recomenda-se a lavagem imediata com água corrente e se não houver melhora instantânea deve-se procurar um serviço de emergência para uma avaliação médica.


Infecções urinárias e banheiros químicos

Sendo a hidratação parte importante da brincadeira, a ingestão de grande quantidade de líquidos aumenta a vontade de urinar. No Carnaval de 2019, de acordo com a Prefeitura de São Paulo, estarão à disposição 1.485 banheiros/dia. Porém, há aqueles que se privam do uso dos banheiros químicos e seguram a urina por um longo período.

Em meio a confetes e serpentinas, uma pausa para ir ao banheiro é recomendada. Principalmente para as mulheres, segurar a urina pode acarretar uma cistite ou infecção urinária alta, que em certos casos requer internação. Nos homens, pelo fato da uretra ser mais longa, há uma proteção adicional para quadro de infecção urinária.

Não usar banheiro químico não traz qualquer risco de infecção. Recomenda-se apenas cuidados básicos de higiene como usar sempre calçado e evitar sentar no assento diretamente, em especial se estiver sujo. Não se esqueça de lavar as mãos.


Preservativos – prevenção às DSTS

A camisinha é o único método anticoncepcional que também evita doenças sexualmente transmissíveis como HIV, HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C e sífilis. O número de casos de HIV entre a população mais jovem cresceu nos últimos anos. Entre 2007 e 2017, o aumento foi de quase 140% na população em geral: de 6.862 a 16.371, de acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/Aids lançado pelo Ministério da Saúde. Entre jovens de 15 a 19 anos do sexo masculino, o aumento chegou a 590%.

O país tem registrado, anualmente, uma média de 40 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos. A maior concentração dos casos no Brasil foi observada nos indivíduos com idade entre 25 e 39 anos, em ambos os sexos. Dentro dessa faixa etária, 52,6% correspondem ao sexo masculino e, entre as mulheres, 48,7% do total de casos registrados de 1980 a junho de 2018.


Folia para todos

Não há limite de idade para participar da festa, mas alguns cuidados são essenciais para os idosos, mais propensos a alguns riscos, como o de quedas. Portanto, a escolha a ser feita são pelos calçados firmes e confortáveis em detrimento daqueles que causam instabilidade como chinelos. O alongamento é importante antes e depois da festa para evitar lesões osteomusculares e é recomendado sentar-se de tempos em tempos para evitar quedas de pressão.

Pela maior propensão à desidratação, ingerir água, sucos naturais, água de coco e isotônico permite a hidratação adequada. A alimentação tem que ser fracionada a cada 3h. Já a proteção em relação ao sol é feita com protetor solar, chapéus, viseiras e bonés que evitam a exposição, queimaduras e lesões malignas na pele. Os medicamentos de uso continuo devem ser mantidos, e não devem ser consumidos concomitantemente com bebidas alcoólicas.


Ressaca

Os excessos corriqueiros com a bebida alcoólica no Carnaval podem ser minimizados quando se privilegia a hidratação. A ingestão de muito líquido, principalmente a água, junto a sucos, chás e água de coco naturais, pareado com bebidas com teor alcóolico reduzem os efeitos colaterais. A ressaca é o principal efeito sentido pelos foliões e é acarretada pelo efeito diurético do álcool, que desidrata o organismo.

Um período de sono de pelo menos 7 horas de repouso auxiliam na recuperação, assim como, analgésicos para dores de cabeça. Junta-se a esses fatores a alimentação apropriada, pois o álcool estimula o refluxo. Nesse momento, evita-se frituras e priorizam-se grelhados, frutas e arroz menos temperado. Para dar energia, o recomendado são os carboidratos, como massas e frutas.


Dores

Os vários dias de comemoração deixam dores pelo corpo, semelhantes as deixadas pelos exercícios físicos. A dor é um efeito colateral da exposição, de brincar e pular e sua intensidade determina a necessidade ou não de se procurar um especialista. Há as dores recorrentes apenas da fadiga muscular e as desproporcionais, que podem sinalizar a fratura de algum membro ou uma lesão que requeira um tratamento médico.

Nos casos em que não há lesões, os analgésicos ou relaxantes musculares podem ser usados, caso não haja contraindicações. O uso do gelo no local da dor promove alivio imediato por agir como um analgésico. Para os que apresentam inchaço nas pernas, elevar as pernas com a ajuda de um travesseiro contribui para o funcionamento habitual do retorno venoso.



 

Hospital Alemão Oswaldo Cruz


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