A FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e
Laboratórios do Estado de São Paulo está alertando prontos-socorros, clínicas e
hospitaisprivados de todo o Estado para os sintomas do sorotipo 2 da dengue. O
objetivo é o de fazer com que os serviços sejam mais criteriosos antes de
liberar o paciente. “Na infecção pelo vírus da dengue tipo 1, a orientação,
quando o paciente está relativamente bem, é de repouso e ingestão de muita
água. Hoje, a liberação do paciente precisa ter mais critério, ser mais
cuidadosa. Os serviços de saúde só podem liberá-lo tendo convicção de que ele
não está com o vírus tipo 2. Para isso, o melhor é ficar mais tempo com o
paciente no hospital para verificar a evolução do caso”, alerta o médico e
presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr.
O vírus tipo 2 da dengue foi detectado em 19
cidades, dos 645 municípios paulistas, e colocou o Estado em alerta. Desde
2016, apenas o sorotipo 1 da dengue circulava em São Paulo. O sorotipo 2 foi
detectado em Andradina, Araraquara, Barretos, Bauru, Bebedouro, Catanduva,
Espírito Santo do Pinhal, Indiaporã, Ipiguá, Itajobi, Mirassol, Pereira
Barreto, Piracicaba, Pirangi, Ribeirão Preto, Santo Antônio de Posse, São José
do Rio Preto, Uchoa e Vista Alegre do Alto.
O risco da dengue tipo 2 está relacionado à
superposição de vírus. “Quando circula um novo sorotipo do vírus, no caso o 2,
pode ter uma evolução para maior gravidade para quem já teve dengue 1”, explica
Yussif Ali Mere Jr. Pessoas infectadas por sorotipos diferentes em um período
de seis meses a três anos podem ter uma evolução para formas mais graves da
doença.
A FEHOESP enviou comunicado alertando para os
sintomas da dengue tipo 2 para mais de 430 hospitais privados do Estado, mais
de 70 serviços de urgência e emergência e cerca de nove mil clínicas médicas.
O que é
A dengue é uma doença causada por um vírus do
gênero Flavivirus quenormalmente provoca sintomas muito
parecidos com os da gripe. Segundo a
FEHOESP, é importante não haver negligência, pois a versão hemorrágica da
doença pode surgir devido a uma reinfecção pelo vírus e ser fatal.
Existem 4 sorotipos diferentes do vírus da dengue.
Quando um paciente é infectado por um deles, ele fica imune àquele sorotipo
somente. Ou seja, ainda pode ser contaminado pelos outros 3 sorotipos.Todos os
sorotipos de dengue causam os mesmos sintomas, o que torna a tarefa de
distingui-los através de uma análise do quadro clínico uma tarefa muito
difícil.
Diagnóstico
A identificação precoce dos casos de dengue é muito
importante para o controle das epidemias. O vírus da dengue causa formas
variadas da doença que inclui desde formasinaparentes até quadros de
hemorragia, que podem levar ao choque e ao óbito.
A equipe médica deve suspeitar de dengue em todo
caso de doença febril aguda com duração máxima de 7 dias acompanhada de pelo
menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores
musculares, nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo. Nas crianças, a
febre alta é acompanhada de sintomas como sonolência, apatia, recusa da
alimentação, vômitos e diarreia.
Nos casos mais graves, as manifestações iniciais
são as mesmas da forma clássica até que ocorra regressão da febre, entre o
terceiro e o sétimo dia, quando aparecem as manifestações hemorrágicas. O
hemograma mostra que as plaquetas caem para menos de 100 mil milímetros cúbicos
e a pressão arterial pode baixar.
A FEHOESP lembra ainda que por determinação do
Ministério da Saúde todos os casos suspeitos de dengue 2 são de comunicação
compulsória às autoridades sanitárias no prazo de 24 horas. O objetivo é evitar
a dispersão do sorotipo 2 e de outros, como o 3 ou o 4.
Tratamento
Não existe tratamento específico para combater o
vírus. Sua função é combater a desidratação e aliviar os sintomas.Importante a
equipe médica não utilizar anti-inflamatórios, que são contraindicados por
causa do potencial hemorrágico e jamais usar antitérmicos que contenham ácido
acetilsalicílico, que podem causar sangramentos.
Foto : divulgação
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