sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Dia Mundial das Áreas Úmidas


Amanhã, dia 2, será comemorado o Dia Mundial das Áreas Úmidas. Estabelecido pelo Comitê Permanente da Convenção de Ramsar, tratado intergovernamental para a conservação e o uso racional de zonas úmidas, a proposta do dia é estimular a realização de ações e atividades que chamem a atenção da sociedade para a importância dessas áreas, para as suas ameaças principais e para os serviços que esses ecossistemas prestam para a humanidade. O Brasil é um dos 150 países signatários e conta com iniciativas focadas em zonas úmidas e possui 27 Sítios Ramsar conhecidos em território nacional, incluindo-se o Sítio Ramsar do Rio Negro, o maior na escala mundial, reconhecido em março de 2018.

A WCS Brasil, que atua desde 2004 na Amazônia, lidera a iniciativa Águas Amazônicas (IAA), para a conservação destas importantes paisagens aquáticas da Amazônia, que normalmente é lembrada somente pelas suas florestas de terra firme, e sua importância para a biodiversidade do bioma. Além de desenvolver projetos para a conservação de espécies da biodiversidade aquática, como peixes e quelônios (grupo das tartarugas), a organização também mapeia e monitora as zonas úmidas da região. “A IAA está focada em levantar dados e apresentar a relevância que essas zonas têm. Uma delas é garantir a manutenção do estoque pesqueiro”, destaca Carlos Durigan, diretor executivo da WCS Brasil. Além disso, a WCS Brasil é parte da Comissão de Governança do Sítio Ramsar do Rio Negro, criada pelo Ministério do Meio Ambiente, busca desenvolver uma estratégia de gestão participativa para a região.

Dada a importância para a subsistência humana na bacia amazônica, especialmente para a manutenção dos estoques de peixes comerciais (dourada, surubim, jaraqui, tambaqui, entre outros), as áreas úmidas precisam ser priorizadas em ações de conservação e manejo. “Tradicionalmente, os ecossistemas terrestres têm sido priorizados em medidas de conservação e manejo na Amazônia, porém nossas pesquisas demonstram que sistemas terrestres e aquáticos estão intrinsecamente conectados e um olhar mais cuidadoso sobre a sua complexidade e riqueza é essencial para se planejar ações presentes e futuras que possam vir a afetar a vida na região como a conhecemos”, lembrou o diretor.


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