É um tipo de tumor ginecológico com baixa
incidência, correspondendo a 3% dos tumores diagnosticados na mulher e alta
mortalidade. Especialista do Centro Paulista de Oncologia CPO – Grupo
Oncoclínicas alerta sobre os principais sinais da doença
De acordo com Dra. Michelle Samora, oncologista do Centro Paulista de Oncologia CPO – Grupo Oncoclínicas, o câncer de ovário possui maior incidência principalmente em mulheres acima dos 60 anos e o risco de uma mulher desenvolver este câncer ao longo da vida é de 1,3%.
Entre os fatores que contribuem para um risco aumentado desta doença estão a primeira menstruação precoce (abaixo dos 12 anos), menopausa tardia (acima dos 52 anos), obesidade e tabagismo. Por outro lado, a gravidez, a amamentação e o uso de contraceptivos orais agem reduzindo o risco de do câncer de ovário. "Estudos recentes demonstraram que mulheres que fizeram uso contínuo de anticoncepcionais por período superior a cinco anos, houve uma diminuição em até 60% da incidência deste de câncer", diz Dra. Michelle Samora.
Cerca de 15% dos tumores ovarianos são decorrentes da predisposição genética hereditária, herdada de pai ou mãe. No entanto, a especialista ressalta que as mutações genéticas que predispõe ao câncer de ovário podem não se limitar a mulheres com uma forte história familiar da doença. De fato, cerca de 1/3 das pacientes portadoras da mutação do gene BRCA (principal gene envolvido no surgimento desta doença) não apresentam sequer um familiar portador de câncer! É por este motivo que ao se realizar o diagnóstico de câncer de ovário, todas as mulheres devem ser testadas geneticamente.
Aquelas mulheres sabidamente portadoras de mutação no gene BRCA tem um risco de desenvolver o câncer de ovário ao longo da vida de 25 a 45%, muito acima do risco de uma mulher não portadora de alteração genética. "Nesta situação, é possível indicar medidas como a cirurgia preventiva de retirada dos ovários e tubas uterinas, uma vez que este procedimento reduz em 96% o risco de desenvolvimento do câncer de ovário. Esta é uma decisão que deve ser tomada de forma conjunta pela paciente e seu médico", pontua a oncologista do CPO.
Fique atento aos possíveis sinais e aos tratamentos
Pouco se sabe sobre o mecanismo ou tempo de progressão do câncer de ovário localizado para o disseminado. E, até o presente momento, não há exames indicados para triagem do câncer de ovário na população em geral ou naquelas portadoras de mutação no gene BRCA - mesmo com várias modalidades de exames já avaliados, incluindo ultrassom, exames de sangue ou mesmo tomografia anuais.
O sintoma do câncer de ovário é discreto e demora a se manifestar. Por isso, na maioria dos casos, é diagnosticado tardiamente, quando a doença já se espalhou pelo aparelho reprodutor e outros órgãos abdominais. Quando aparentes, pode ocorrer um aumento do volume abdominal, dor, alterações no ciclo menstrual, no hábito urinário e intestinal.
"O problema é que os sintomas, quando aparentes, são parecidos com os desconfortos do dia a dia da mulher e, na maioria dos casos, são deixados de lado. Por isso, é recomendado que a mulher procure um especialista caso perceba qualquer alteração, mesmo que pareça usual.", afirma Dra.Michelle Samora.
A definição do tratamento para pacientes com câncer
de ovário depende do tipo e estágio da doença. "Em linhas gerais, a
cirurgia ainda é o principal tratamento e a quimioterapia pode ser indicada,
dependendo do caso, antes e/ou após a intervenção cirúrgica", explica Dra.
Michelle Samora. "Em casos selecionados do desenvolvimento do câncer de
ovário em idade fértil, o tratamento visando a manutenção da fertilidade
feminina, deverá ser particularizado" finaliza a oncologista.
Grupo Oncoclínicas
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