O domínio das finanças é vital
para qualquer negócio. Para o sucesso de um projeto ou da criação de uma
empresa, é preciso, antes de mais nada, que seja feito um planejamento
estratégico de forma bem estruturada. Este planejamento deve englobar todas as
premissas que irão nortear a elaboração do orçamento, que nada mais é do que
uma projeção do fluxo de caixa e da DRE (demonstração do resultado da empresa).
O planejamento estratégico
deve abranger todos os investimentos de curto e longo prazo, incluindo o custo
de implantação de projetos, o quanto eles irão gerar de receita para a
companhia e qual será o prazo necessário para a implantação, de modo que possa
ser analisado se este prazo é viável, conforme os recursos financeiros
disponíveis na empresa.
Para a conclusão do orçamento,
é preciso também estimar a geração de receita para os próximos anos, com um
estudo detalhado de reajuste de preços e demanda/comportamento do seu setor de
atuação, além de fatores externos, como situação econômica, concorrência,
evolução tecnológica, entre outros.
Por fim, é preciso projetar
todos os custos fixos, variáveis e as despesas operacionais, ou seja, aquelas
que são fundamentais para a concretização e continuidade do negócio, como
gastos com funcionários/colaboradores, despesas administrativas, impostos e
outros.
A consolidação deste
planejamento é muito importante para o gestor da empresa, pois possibilita
analisar, após a geração do fluxo de caixa e da DRE, se a empresa tem uma boa
perspectiva financeira futura e se a chance de crescer é factível. Ou seja, é
possível prever se nos próximos anos a geração de receita será suficiente para
arcar com todos os custos e as despesas, gerar lucro e ainda remunerar o acionista
que aportou recursos financeiros e quer o seu retorno sobre o investimento.
Após a finalização do
planejamento, o gestor deve verificar mensalmente se a projeção orçamentária,
de fato, se traduziu no fluxo de caixa. Ou seja, se o previsto realmente foi
realizado. Além disso, é importante analisar todos os desvios, para entender se
a empresa está seguindo o rumo certo ou não. Finalmente, com a contabilização
de toda a operação da empresa, o gestor poderá constatar, através de
indicadores econômico-financeiros, se a companhia está em boa situação, se o
prognóstico futuro é positivo e se ela vai crescer de forma sustentável.
Estes indicadores ajudam o
gestor a verificar, por exemplo, se a empresa tem saúde financeira para arcar
com todos os custos e despesas no curto e no longo prazo; se o grau atual de
endividamento da empresa não demanda a captação de novos recursos e empréstimos
de terceiros, o que aumenta o risco operacional; e se a taxa de rentabilidade
da empresa está em linha com o esperado pelos acionistas.
Como podemos ver, saber lidar
com todos os aspectos financeiros que giram em torno de uma empresa é
determinante para sua gestão. É imprescindível entender o negócio com um jogo,
que pode sofrer alterações e viradas a qualquer momento. Daí a importância de
ter este planejamento minucioso. Caso haja imprevistos, a companhia estará
preparada para mudar de estratégia e impedir uma possível crise
Sérgio Tavares - Diretor da STavares Consultoria
Financeira, com MBA em Gestão Econômica e Financeira de Empresas pela FGV (RJ)
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