É o que aponta
estudos divulgados no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica
realizado na Alemanha. Possibilidade de mudança na prática clínica oncológica
no tratamento do tumor foi destaque
Serão 68 mil novos casos de câncer de próstata no
Brasil entre 2018 e 2019. Dos 68 mil pais de família, tios, irmãos, avôs,
colegas de trabalho, que serão diagnosticados pela doença, 13.772 vão falecer
em decorrência da doença, de acordo com as estatísticas do Instituto Nacional
do Câncer (INCA). Para tratar este tipo de tumor mais comum entre homens,
perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma, os novos estudos que foram
apresentados no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Munique,
na Alemanha, no mês passado, trazem novidades que podem mudar a prática médica
atual no tratamento da doença.
“As evidências mais importantes surgiram a partir
de um estudo que avaliou o uso de radioterapia para tratamento local, da
próstata, em pacientes que já apresentavam disseminação a distância, com
metástases ao diagnóstico. Habitualmente, estes pacientes, já com a doença
considerada incurável, recebem apenas tratamento com hormonioterapia. Realizado
com 2 mil pacientes, o estudo demonstrou que, em um grupo de pacientes com um
número pequeno de metástases, a radioterapia foi capaz não só de atrasar a
evolução da doença como também de aumentar a expectativa de vida”, explica o
oncologista André Deeke Sasse que esteve presente no Congresso.
De acordo com o médico, que é professor de
pós-graduação na Faculdade de Medicina da Unicamp, preceptor dos residentes de
Oncologia Clínica do Hospital PUC-Campinas, membro titular da Sociedade
Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), e fundador do Grupo SOnHe – Sasse
Oncologia e Hematologia, além de se discutir sobre quimioterapia e
hormonioterapia, os pacientes com doença avançada, também precisam falar com o
médico sobre o tratamento local da próstata. “Importante pesar os riscos, os
efeitos colaterais da radioterapia, com os benefícios esperados pelo
tratamento. Mas a ideia de se tratar a origem da doença, a fonte das
metástases, com radioterapia (ou mesmo cirurgia) ganha força”, conclui.
Segundo o especialista,
outros estudos apresentados
na Alemanha consolidaram o que os médicos já faziam na prática clínica. “Um
deles confirmou que o uso de quimioterapia para câncer de próstata localizado
não deve ser indicado, pois não aumenta as chances de cura e nem atrasa a ocorrência
de metástases”, conta.
A nova terapia
Um dos destaques do congresso foi o estudo que
evidenciou a utilização mais precoce de uma das novas hormonioterapias, a
abiraterona, proporcionando melhor qualidade de vida associada à maior
expectativa de vida dos pacientes com câncer de próstata. “Antes, se esperava o
câncer ficar resistente a supressão convencional de hormônios. Hoje, sabe-se
que o uso de medicação logo ao diagnóstico da doença avançada é melhor. Já a
sua combinação (utilização concomitante) com novos tratamentos, como o
Radium-223, não melhorou os resultados também. Assim, mantém-se a rotina atual,
que é a utilização sequencial deles”, explica o oncologista.
Novembro Azul: Mês de Conscientização sobre o
Câncer de Próstata
Novembro foi escolhido como mês oficial de
conscientização sobre o câncer de próstata. Dia 17 é o Dia Mundial de Combate
ao Câncer de Próstata. O "Azul” veio da cor oficial usada como símbolo de
combate à doença. Em 2003, surgiu na Austrália o movimento Movember
— união das palavras em inglês Moustache (bigode)
e November (novembro) —, quando homens deixaram crescer o bigode para
chamar atenção à saúde masculina e fazer um alerta sobre o câncer de
próstata. A campanha expandiu-se pelo mundo e inspirou o Novembro Azul,
criado em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida para promover ações de
esclarecimento sobre a doença no Brasil.
Grupo
SOnHe
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