Técnica
dispensa cirurgia, mas deve
ser realizada até os primeiros trinta dias de vida da criança
Orelha de abano é uma deformidade que aparece tanto em um bebê
recém-nascido como em crianças e adultos. Só que nos casos dos pequenos, esse
problema pode ser facilmente corrigido. “Se um procedimento simples for feito
até o pequeno completar trinta dias de vida, a orelha de abano nem fará parte
de suas memórias de infância”, afirma o cirurgião plástico Maurício Orel,
especialista no assunto e que trabalha com a técnica da prótese de silicone
desde 2016.
Ele explica: “Como a orelha
ainda não está completamente formada, porque o nenê está em fase de
desenvolvimento do corpo, é possível corrigi-la por meio de um molde de
silicone, que não agride o recém-nascido”. Ele também esclarece que a indicação
da otoplastia (cirurgia da orelha) só é feita para crianças maiores de 6 anos. "Com o uso da prótese, a cirurgia não precisa
ser realizada.”
Apesar de afetar de 2 a 5% da população mundial, porcentagem considerada
pequena, a orelha de abano pode abalar a qualidade de vida de quem a possui. Em
muitos casos, os portadores são vítimas constantes do bullying.
Diagnóstico precoce
“A atenção dos pais à saúde do bebê é essencial para a detecção precoce
do problema, para o diagnóstico precoce”, salienta o cirurgião.
O
especialista destaca que a prótese de silicone, batizada de EarWell ® nos
Estados Unidos, e com selo da Anvisa do Brasil, remodela a cartilagem da área
rapidamente em um tratamento nada invasivo e indolor. Ela serve tanto para
corrigir orelha de abano como vários tipos de outras deformidades na orelha, menos conhecidas.
Primeiramente, é preciso
moldar a prótese conforme o formato da orelha e a necessidade de reparação,
procedimento que deve ser feito pelo cirurgião plástico. Depois, é só fixá-la
na orelha com o auxílio de adesivos. O tempo de uso da prótese também é
determinado pelo médico, mas, geralmente, costuma ser de 30 a 45 dias. “A EarWell
® resolve questões puramente estéticas. Ela não trata ou interfere em quaisquer
aspectos auditivos”, ressalta.
O bebê recebe hormônio estrógeno
de sua mãe, por intermédio do cordão umbilical, que é responsável por amolecer
as cartilagens e permitir a passagem da criança pelo canal do parto. Após 30
dias de vida, o hormônio começa a diminuir e a orelha a ficar mais rígida, por
isso a correção pela prótese de silicone não é mais eficaz. “Devemos chamar a
atenção para o problema, porque, recebo em meu consultório, muitas crianças com
mais de 45 dias de vida e, infelizmente, não mais posso realizar o
procedimento. Os pediatras precisam conhecer mais o produto para também avisar
os pais em tempo hábil”.
Orel reforça que a modelagem é uma maneira simples
utilizada pelos pais quando percebem a orelha de abano em seus bebês. “Eles
costumam colocar faixas de pano e evitar que o bebê durma apenas de um lado. Só
que, feita assim, não tem eficácia, pois a orelha não é modelada de forma
constante e por períodos longos”.
Deformidades
O cirurgião plástico afirma que as imperfeições na
cartilagem da orelha podem ser ocasionadas por fatores genéticos ou pela
posição intrauterina do bebê. Além da orelha de abano, outros problemas que
aparecem são conhecidos como cálice, quando o órgão é projetado para fora e
possui formato fechado, parecendo o objeto que dá nome ao problema; ptosada,
quando a orelha apresenta sua parte superior dobrada; padrões mistos, ou seja,
quando mistura características de abano, cálice e ptosada, e pontiaguda (orelha
de Stahl), que lembra a orelha do personagem Spock, da série “Jornada nas
Estrelas”.
Muitos pais têm dúvidas se a orelha está em abano
ou não. Maurício Orel dá a dica: “É só medir com uma régua a distância entre a
orelha e o crânio. A distância normal em bebês recém-nascidos é de até 7 mm. Se
a distância for maior que 9 mm, a sugestão é fazer o procedimento para que a
projeção da orelha diminua e tenham características normais”, finaliza o
médico.
DR. MAURÍCIO OREL – cirurgião plástico, especialista em cirurgia
geral pela Faculdade de Medicina do ABC e em cirurgia plástica pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro da SBCP e das entidades
internacionais IPRAS (International Confederation for Plastic Reconstructive
and Aesthetic Surgery) e ASPS (American Society of Plastic Surgeons). Também é
pioneiro no tratamento de deformidade de orelhas em recém-nascidos de forma não
invasiva Earwell ® em São Paulo (sem cortes ou dores ao bebê).
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