Mais de 5,5 milhões de estudantes
devem realizar as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) este ano. Com
as datas se aproximando, a ansiedade dos candidatos cresce e a preparação vai
chegando à reta final. Mais que das 180 questões aplicadas nos dois dias de
prova, é da redação a fama de calcanhar de Aquiles de muitos estudantes em
busca do sonho de entrar na faculdade.
Professor de Língua Portuguesa do
Colégio Santo Ivo, em São Paulo, Ronan Colombi Gava lista algumas dicas para
quem quer se sair bem e, por que não, garantir nota 1000 na tão temida redação
que, este ano, vai ser aplicada no dia 4 de novembro.
“O gênero textual pedido pelo Enem
é o dissertativo-argumentativo, que exige a defesa de um ponto de vista por
meio de argumentação consistente. O corretor vai analisar o texto a partir de
cinco competências (valendo 200 pontos cada uma) e é muito importante que elas
deem o norte para a produção textual”, explica.
A competência 1 avalia se o texto
foi escrito respeitando as regras gramaticais (ortografia, acentuação,
concordâncias etc), analisando o conhecimento do candidato sobre as regras
básicas da Língua Portuguesa. “Leitura e análise linguística de textos são
muito mais eficientes para dominar esta competência do que a simples
memorização de regras”, comenta o especialista.
A competência 2 analisa se o
candidato produziu um texto fiel ao tema, ou seja, se escreveu sobre o assunto
proposto sem perder o foco, e sua capacidade de defender seu ponto de vista com
argumentação consistente. “Neste caso, é importante saber que o texto deve
conter a problematização do tema e a apresentação da tese (primeiro parágrafo),
a argumentação baseada no ponto de vista a ser defendido (segundo e terceiro
parágrafos) e a conclusão com proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos (quarto parágrafo)”, explica Gava.
A competência 3 está ligada à
coerência textual, que é a capacidade de organizar as ideias de forma que as
orações tenham relações lógicas entre si, assim como os períodos e os
parágrafos. “É fundamental que os argumentos utilizados sejam coerentes com a
tese e tenham relação entre si. Além disso, é importante garantir que a
conclusão tenha ideias que ‘conversem’ com as apresentadas nos parágrafos
anteriores”, diz o professor.
A competência 4 tem como foco o uso correto dos elementos coesivos (conjunções,
preposições, pronomes, pontuação etc.) para deixar o texto bem articulado. “Ter
conhecimento dos significados das conjunções e das preposições e de como
usá-las é um grande passo para garantir uma boa pontuação. Além disso, é
imprescindível que o candidato saiba o momento certo de terminar um período ou
um parágrafo e que use elementos para uni-los”, afirma Ronan Colombi Gava.
Por fim, a competência 5 analisa se a conclusão do texto apresenta propostas de solução
ao problema exposto no tema, além de verificar se elas respeitam os valores
humanos e se não se restringem a apenas uma cultura ou sociedade. “É preciso
levar em consideração a diversidade sociocultural e não escrever algo que
induza ao preconceito, à segregação ou ao menosprezo. É imprescindível, também,
que as propostas sejam plausíveis”, explica.
Para Gava, é fundamental
que o candidato esteja bem informado sobre os problemas do Brasil, uma vez que
as propostas de redação do Enem sempre trazem temas de cunho social. Cabe,
ainda, ao aluno, saber como aproveitar tanto seus conhecimentos culturais
quanto aqueles adquiridos ao longo da formação escolar na produção do texto.
“Conseguir relacioná-los ao tema proposto irá fazer com que sua redação se
destaque e ganhe uma ótima pontuação”, finaliza.
Colégio
Santo Ivo
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