terça-feira, 30 de outubro de 2018

Cuidados ao manusear as lentes de contato podem prevenir doenças oftalmológicas


  • A higienização deve ser feita apenas com soluções de uso exclusivo para este fim
  • O tempo de troca deve ser respeitado, conforme orientação do fabricante na embalagem

O uso de lentes de contato traz aos pacientes praticidade e conforto na correção do grau, além da liberdade ao praticar esportes ou, simplesmente, por questão estética. Seja qual for o motivo, a utilização de lentes exige cuidados para assegurar a saúde dos olhos, podendo prevenir desde inflamações até infecções graves nos olhos.

Em caso de descuido, o usuário pode ser infectado por micro-organismos, como bactérias e o protozoário Acanthamoeba, encontrado normalmente na água da torneira e que pode ainda contaminar o estojo das lentes quando não armazenadas e cuidadas adequadamente, gerando uma infecção ocular grave com consequências irreversíveis aos olhos.

“As lentes de contato devem ser reconhecidas como um corpo estranho e a necessidade de uma manutenção diária e de qualidade com os devidos cuidados se faz obrigatória e necessária à saúde dos olhos. O Acanthamoeba é uma recorrente causa de problemas oculares que vêm crescendo ao longo dos anos e capazes de evoluir para a cegueira”, ressalta o Dr. Pedro Antonio Nogueira Filho, chefe do pronto-socorro e especialista em córnea e doenças oculares externas do H.Olhos – Hospital de Olhos.

O protozoário pode desencadear desde a ceratite (micro lesões difusas na superfície da córnea) até comprometimentos mais profundos e de outras estruturas, com consequências graves à fisiologia do olho. Os sintomas vão desde a sensibilidade à luz, dor, lacrimejamento e irritação dos olhos até a baixa da visão.


Como higienizar da maneira correta?

A higienização das lentes de contato deve ser feita diariamente com as mãos limpas, lembrando sempre de se utilizar produtos específicos. Já a substituição diária dos líquidos conservantes e a troca mensal do estojo devem ocorrer de forma obrigatória e preventiva.

“Este é um dos motivos pelo qual vem crescendo a utilização das lentes de contato de uso diário. Ao serem retiradas, devem ser descartadas e não reutilizadas, reduzindo as chances de contaminação. Além disso, não há necessidade de estojo para armazenamento ou produtos para a preservação das lentes”, diz o especialista do H.Olhos.

O uso tanto de água boricada, como de soro fisiológico na manutenção das lentes de contato não é recomendado. A primeira apresenta ácido bórico em sua composição, conservante associado a processos de intolerância e inflamação da superfície dos olhos. Já o soro fisiológico pode ser lesivo à mucosa ocular e à córnea pela presença do sal em seu conteúdo, além de ser fonte para a proliferação de micro-organismos capazes de provocar uma infecção ocular.

É preciso também manter a atenção ao tempo de substituição das lentes, que deve ocorrer conforme a orientação do fabricante e não ultrapassar entre 15 e 30 dias para alguns tipos gelatinosos. Outro ponto é em relação ao tempo máximo para ficar com as lentes – de 8 a 10 horas diárias.

“Usar as lentes por um período prolongado, fora das especificações, aumenta os riscos de inflamação e infecção, além de progredir com intolerância ao uso das mesmas. Vale destacar ainda que a permanência das lentes de contato nos olhos no período do sono é amplamente contraindicada e pode levar a transtornos irreversíveis aos olhos”, reforça o oftalmologista.

Se mesmo com todos esses cuidados e prevenções algum tipo de irritação ocular aparecer, como vermelhidão, coceira, dor, secreção ou incômodo com a exposição à luz, é fundamental suspender o uso imediatamente, procurar um oftalmologista e evitar a automedicação. Qualquer terapia sem a devida orientação de um médico pode agravar o problema.






Grupo H.Olhos 


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