segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Apneia do sono pode favorecer o aparecimento de diabetes, problemas cardiovasculares e até degenerativos


Especialista do Hospital CEMA explica o que acontece no organismo de quem sofre interrupções de sono causadas por apneia ou ronco e quais são os tratamentos recomendados


A hora do sono não deveria ser motivo de preocupação. No entanto, uma série de distúrbios que acontecem nessa fase tornam a vida de muitas pessoas um verdadeiro pesadelo. A apneia do sono, por exemplo, se não tratada, pode facilitar o aparecimento de doenças cardiovasculares e diabetes. "Como a apneia provoca falta de ar, acaba impulsionando o organismo a injetar mais adrenalina no sangue, o que eleva a pressão arterial e a resistência à insulina, ou seja, os pacientes portadores dessa enfermidade têm maior tendência a desenvolver hipertensão e diabetes e, consequentemente, doenças cardiovasculares", explica o Bucomaxilofacial do Hospital CEMA, Érico Vlasic Campello.

Esse distúrbio de sono acontece quando a pessoa, dormindo, para de respirar por alguns segundos. Quando essa interrupção acontece mais de 5 vezes por noite trata-se de um quadro de apneia. Além de problemas de coração e diabetes, essa interrupção do sono pode favorecer o desenvolvimento de Alzheimer em indivíduos predispostos. Um estudo da Universidade de Washington verificou que idosos que sofriam com apneia tinham proteínas no cérebro ligadas ao Alzheimer. Tendo em vista que uma das funções do sono é justamente limpar algumas proteínas que se acumulam no cérebro, essas interrupções levam a um pico de produção daquelas relacionados ao Alzheimer.

"Não somente a apneia, mas outros distúrbios de sono, como o ronco – que está ligado a algum tipo de obstrução – podem ocasionar vários problemas de saúde. 

Estudos recentes mostram que o bom sono contribui de modo significativo para o adequado funcionamento do sistema imunológico. Dormir pouco aumenta a pressão sanguínea, a presença de açúcar no sangue e favorece problemas cardíacos", detalha o especialista. Não acredite que roncar é normal. O ronco pode sinalizar a existências de vários problemas, como adenoides muito grandes e amígdalas, rinites, desvios de septo, hipertrofia dos cornetos e pólipos nasais e até tumores. Um sono fragmentado pode provocar ainda sonolência durante o dia, cansaço, irritabilidade e sobrecarga cardiocirculatória.

Dormir mal não é normal. Caso desconfie de que pode sofrer algum distúrbio de sono procure ajuda médica. O especialista, geralmente, vai pedir um exame conhecido como polissonografia, que é capaz de registrar e comparar diferentes variáveis biológicas durante o sono, auxiliando no acompanhamento das condições clínicas. "Nesse exame o paciente dorme com sensores fixados no corpo, que permitem o registro dessas disfunções no organismo", explica o bucomaxilo. O tratamento vai depender da causa. Caso seja uma obstrução das vias aéreas, pode ser indicada adoção de atitudes como perda de peso, redução do consumo de álcool à noite e mudanças posturais ao dormir.

Outras formas de tratar o problema são:

- Adaptação de aparelho intra-oral, pois seu uso possibilita fazer um avanço mandibular;

- CPAP, sigla em inglês para pressão positiva contínua nas vias aéreas. Trata-se de um pequeno equipamento que auxilia a respiração durante o sono;

- Cirurgia para correção de problemas nasais, amígdalas ou adenoides;

- Cirurgia de reposicionamento maxilomandibular.





Instituto CEMA
http://www.cemahospital.com.br


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