É preciso
tomar muito cuidado com a forma com que organizam e executam demissões em uma
organização, além do amparo emocional dos que ficam.
Incertezas políticas e econômicas preocupam o
Brasil e o mundo. No território nacional, nos últimos tempos, protestos de
diferentes classes trabalhistas, greves de funcionários públicos, escândalos de
corrupção e a alta do dólar tem preocupado, e muito, a população, especialmente
as empresas em geral, que, juntas, estão demitindo milhares de funcionários, para
cortar os gastos.
Apesar de demissões em massa serem comuns em
cenários de crise como o atual, muitas pessoas, consideradas mais essenciais ou
valiosas para a empresa, continuam trabalhando, porém, com uma falta de
motivação e medo característico de quem acabou de ver inúmeros colegas ficarem
desempregados.
Segundo Madalena Feliciano, diretora de projetos da
empresa Outliers Careers, em tempos de crise, a gestão de mudanças também pode
ajudar nessa transição. "O clima organizacional fica muito pesado quando
há um plano de demissões em andamento; as pessoas não param de falar sobre o
assunto, e sentimentos misturados, como angústia e ansiedade, se tornam comuns,
o que faz a produção cair consideravelmente", explica a profissional.
Nesse ambiente de transações é que a verdadeira
faceta de cada um começa a se mostrar, segundo o que afirma Madalena.
"Existem dois tipos de comportamentos utilizados para resistir à mudanças:
passivos, em que a pessoa deixa de produzir de maneira adequada e não colabora
mais, e o ativo, em que o colaborador começa a sabotar a empresa, além de falar
mal, ridicularizar e intimidar seus superiores. Essas posturas indicam como o
indivíduo está digerindo as mudanças e desligamentos que estão ocorrendo no
ambiente da empresa", observa.
Mesmo com o cenário econômico em condições ruins,
como o do Brasil atual, ainda se torna difícil para alguns assimilar a
necessidade de mudança sem resistência. "Existem diversos motivos pelos
quais uma pessoa pode lutar contra um processo de transformações, sendo alguns
dos principais o medo dos resultados posteriores; a crença de que a mudança não
é necessária; falta de confiança em seus superiores e sentimento de impotência
perante o que está acontecendo”, lista a profissional.
A gestora fala que conscientizar as pessoas que
ficam na empresa sobre a necessidade dessas mudanças é fundamental, para que
não fique nenhum sentimento de falta de justificativa ou satisfação.
"Apesar de ser um processo doloroso, é preciso mostrar que é para o bem da
organização. Incentivar o corpo de colaboradores a fazer sempre seu melhor,
para que outros planos de demissões não ocorram, também é importante, além de
evidenciar o porquê de tudo aquilo estar acontecendo, se pautando no que está
ocorrendo com a economia, também pode ajudar", pontua.
Madalena conclui, dizendo que os superiores devem
dar o exemplo, se tornando mais presentes na vida empresarial, e, quando
necessário, deixando de receber alguns benefícios, como forma de demonstrar que
eles, também, estão se sacrificando. "Embora não seja possível agradar a
todos com os processos de mudança, é papel dos líderes minimizar esse
desconforto, mostrando que isso acontecerá para o bem coletivo e criando
estratégias de gestão para acabar com as resistências às mudanças",
finaliza.
Outliers
Careers
Madalena Feliciano - Gestora de Carreira
Rua Professor Aprígio Gonzaga, 78 - Térreo - São Judas, São Paulo - SP.
madalena@outlierscareers.com.br
www.outlierscareers.com.br
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