Ação de saúde mental gratuita no Instituto de Psiquiatria do HC-USP
Especialistas
à disposição da população, conversando sobre prevenção ao suicídio, doenças
associadas e mais 160 temas em saúde mental
No dia
28/09/2018, das 8h às 17h, o IPq - Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da USP, realizará a ação de saúde mental gratuita IPq Portas Abertas -
7ª edição, voltada à população geral, com o objetivo de colocar as pessoas em
contato direto com especialistas (mais de 250 psiquiatras, psicólogos e outros
profissionais), que prestarão informação atual e fundamentada sobre centenas de
diagnósticos psiquiátricos, tais como depressão, transtorno bipolar, ansiedade,
síndrome do pânico, fobias, TOC, TDAH, esquizofrenia, compulsões, dependência
química e muitos outros, bem como ampla abordagem sobre prevenção ao suicídio,
em sintonia com a ação "Setembro Amarelo", da Associação Brasileira
de Psiquiatria - ABP.
Transtornos psiquiátricos e suicídio
Entre 75% e 85%
dos suicídios estão associados a transtornos mentais (chamados doenças do
cérebro) ou relacionados ao uso de substancias, como álcool e drogas. A
depressão responde por mais de 50% dos suicídios no mundo. O aumento das taxas
de suicídio vem na contramão do desenvolvimento e do maior acesso à saúde e a
tratamentos antidepressivos. Por que?
A psiquiatra
Doris Moreno, do Programa de Transtornos do Humor do IPq, aponta algumas
questões:
- Preconceito – impede a pessoa de procurar diagnóstico correto e, portanto, tratamento adequado – foi a causa da morte do ator Robin Williams, conhecido portador de transtorno bipolar, que jamais assumiu sequer que sofria de depressões;
- Falta de instalações médico-psiquiátricas adequadas que acolham a pessoa que tentou o suicídio. Esta deve ser diagnosticada e encaminhada para tratar o problema que ocasionou a tentativa de suicídio e prevenir novas ocorrências. "Jamais consideramos que o ato suicida é para chamar a atenção";
- Tratamento incorreto – por exemplo, depressões bipolares devem ser tratadas de modo distinto das unipolares, pois, podem piorar (inclusive agravando as idéias de suicídio) com uso de antidepressivos sem associar remédios estabilizadores do humor (lítio, carbamazepina, divalproato, antipsicóticos de nova geração).
Depressão mata?
Segundo dados do
Global Burden of Disease Study (GBD) 2010, que traça um mapa das doenças e do
suicídio no mundo, em 2010 a depressão foi responsável por 3% das mortes por
doença cardíaca isquêmica – representando 3,5 milhões de anos de vida perdidos
em 2010 devido a infarto por causa de depressão. Pela primeira vez foi possível
identificar a depressão como fator de risco de morte cardíaca.
Ainda, de acordo
com o GBD 2010, a depressão foi a primeira ou segunda maior causa de anos
perdidos por incapacitação no mundo. Sua prevalência é elevadíssima: no estudo São
Paulo Megacity, realizado por pesquisadores do IPq - Instituto de Psiquiatria
do HCFMUSP, e que determinou as taxas de depressão na Grande São Paulo,
mais de 18% da população geral já teve depressão durante a vida e mais de 10%
sofreram de um episódio de depressão no ano anterior à entrevista – isto
representa 2 milhões de paulistas.
Outro fator
relevante é que os transtornos mentais que podem levar ao
suicídio acometem a população mais jovem, principalmente dos 15 aos 35
anos – ao contrário da maior parte das demais doenças em Medicina – como
diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas, neoplasias, etc.
Entre os
subtipos depressivos, nos últimos anos estuda-se mais detalhadamente a
depressão com características mistas. Este tipo está mais associado ao risco de
suicídio, comparando com a depressão pura. Acontece em até 40% das depressões.
Caracteriza-se pela superposição no mesmo dia de um quadro de depressão
associado a aceleração de pensamentos, humor mais expansivo, irritabilidade
grave ou muita ansiedade. Em geral associa-se a outros sintomas de mania do
transtorno bipolar, como aumento da impulsividade para beber, consumir drogas,
comprar, etc. A pessoa sente os dois polos no mesmo dia e pode perfeitamente “
disfarçar” a depressão expressando uma tagarelice, agilidade,
criatividade, extravagância ou senso de humor – que se traduzem no mais genuíno
sofrimento .
IPq Portas Abertas
É uma
oportunidade para a população conhecer de perto o Instituto de Psiquiatria do
HC e seus profissionais, esclarecendo dúvidas e questionamentos, recebendo
informação direta da fonte - um dos mais avançados centros de psiquiatria e
saúde mental da América Latina. Para participar, basta se inscrever pelo
site: http://ipqportasabertas.hc.fm.usp.br - ou tel. 11
2661-6267.
Esta ação de
saúde mental recebe, em média, duas mil pessoas a cada
edição. Solicitamos a gentileza de divulgar, juntando-se ao Instituto de
Psiquiatria / Hospital das Clínicas na prevenção e esclarecimento da população.
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