quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Crianças que já nascem com a tecnologia na ponta dos dedos




Agora os pais aprendem com os filhos

O ser humano tornou-se tecnológico, mas também se destaca por ser criador e consumidor. Com a tecnologia avançando cada vez mais rápido, a maneira de adquirir aprendizado e o conhecimento vem mudando. Os filhos já nascem com uma predisposição a aprender ou se familiarizar com tecnologias que hoje em dia são comuns como, smartphones, tablets, aplicativos, jogos e computadores.

A Coach Familiar, especializada em Psicologia e Desenvolvimento Humano de São José dos Campos (SP), Valéria Ribeiro, explica que “vivemos num mundo onde tudo é tecnológico, de entregas rápidas, de soluções imediatas, onde as relações são virtuais e não mais pessoais. Nesse mundo não há espaço para a espera e para o amadurecimento”.
Os pais, em sua maioria, não possuem essa familiaridade ou até mesmo não sentem falta na rotina. Preferem utilizar o telefone ou o celular com funções básicas. Entretanto, como as novidades vão se incorporando as tarefas do dia a dia, os pais necessitam aprender a utilizá-las e por isso, recorrem aos filhos que estão habituados desde pequenos a utilizarem equipamentos ou aparelhos eletrônicos e as últimas novidades.

Nesse ponto, os filhos passam a ensinar os pais, papel contrário do que estamos acostumados onde por imitação os filhos aprendem lições, comportamento e hábitos diários. Os pais tendem a ter comportamentos e hábitos mais tradicionais e podem vir a possuir uma barreira de aprendizado por não nascerem em meio a tecnologia.

Entretanto, essa inversão de papeis, nesse contexto, pode ser uma estratégia para os pais se aproximarem dos filhos, afinal a grande maioria dos adolescentes e jovens adoram a tecnologia e vivem sem ela. Pedir ajuda aos filhos para aprenderem como funciona um celular ou determinado aplicativo pode melhorar a autoestima dele.

É certo que por vezes eles não terão muita paciência para ensinar os pais, farão de forma rápida e dirão “pronto é assim”, é claro que precisão nessa hora um pouco de jogo de cintura, fazer algumas piadas, tais como: “tenha paciência, sua mãe ou pai está velhinho (a), faz um pouco mais devagar para que eu possa entender”. Ou mesmo os pais podem dizer que em relação a tecnologia eles são mais inteligentes, tem mais conhecimento e isso não é demérito para nenhum pai ou mãe. Isso pode ajudar ao filho querer aprender mais, pois saber algo mais que os pais é bom e eles ainda reconhecerem não tem preço.

Porém, os pais, apesar deste ponto positivo, precisam estar atentos ao uso excessivo da tecnologia, pois pode causar problemas em jovens que são rodeados a todo momento e que precisam de eletrônicos para completar tarefas diárias ou até mesmo para interagir, mas isso é conversa para outro artigo.





Valeria Ribeiro - Coach Familiar, especializada em Psicologia e Desenvolvimento Humano e Fundadora do Filhosofia

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