Os olhos merecem atenção em qualquer idade, mas um cuidado
dedicado à visão na infância é primordial. Até os dois primeiros anos, o
tamanho do olho e a capacidade de enxergar das crianças alcançam um
desenvolvimento de 90%, ou seja, elas devem receber os estímulos adequados para
sua formação completa nesse período. Estima-se que cerca de 15% das crianças em
idade escolar apresentam problemas oculares, que podem influenciar diretamente
o comportamento e o desempenho acadêmico.
A detecção e o tratamento precoce de doenças oculares nas crianças
são muito importantes não só para evitar o comprometimento visual permanente,
já que algumas doenças oculares só têm tratamento na infância, como também
evitar atraso no desenvolvimento motor, sensorial e intelectual. Para entender como orientar e estar atento aos sinais que
podem indicar problemas na visão, a Dra. Márcia Beatriz Tartarella, diretora da
Sociedade de Oftalmologia Pediátrica da América Latina, esclarece as principais
dúvidas e dá dicas importantes para o dia a dia.
Orientar
as brincadeiras e evitar peças pontiagudas são medidas essenciais
É muito
comum encontrar pais desesperados nos prontos-socorros por conta de algum
objeto que caiu ou que foi colocado pela criança nos olhos. Por isso, é
preciso redobrar os cuidados e dificultar o acesso à brinquedos que
possuam alguma peça pontiaguda, e coibir brincadeiras de força ou violência que
podem levar objetos em direção aos olhos. Em
casa, deve-se manter copos de vidro, facas e tesouras fora do alcance das
crianças. “É importante sempre orientar e conversar com as crianças sobre os
perigos do manuseio inadequado desses objetos e explicar o que pode ocorrer
caso se exponham a esses perigos”, explica a oftalmologista.
Não deixe
à vista produtos nocivos à saúde ocular infantil
A grande
curiosidade das crianças também pode se tornar um problema, por isso, é preciso
sempre estar alerta para onde estão os pequenos dentro de casa e onde se
encontram os principais perigos. Eles podem ter acesso à produtos de limpeza ou
outros líquidos que podem ser nocivos aos olhos.
A saúde
ocular das crianças, assim como todo o seu sistema imunológico, ainda está em
formação. O leve contato com esses produtos nocivos pode ser a porta de entrada
para infecções ou lesões mais graves. “Produtos de limpeza doméstica,
inseticidas e acetona, podem conter ácidos, formol e solventes que, em contato
com os olhos, ocasionam queimaduras gravíssimas da superfície ocular, podendo
levar à cegueira irreversível. No caso de contato com qualquer produto químico,
deve-se enxaguar os olhos com água abundante ou muito soro fisiológico e levar
a criança imediatamente ao pronto socorro”, explica a Dr. Márcia Tartarella.
Crie
regras para o uso de smartphones e demais dispositivos eletrônicos
Que ficar
longas horas usando smartphones, computadores e videogames pode ser prejudicial
em vários aspectos, todo mundo sabe. Mas que o hábito é pior para a saúde dos
olhos e em especial para os das crianças, poucos se lembram. Estudos realizados
pela Academia Americana de Pediatria indicam a relação da exposição aos
dispositivos eletrônicos com desenvolvimento de problemas como síndrome do olho
seco e miopia. “As luzes emitidas pelos aparelhos eletrônicos e a secura dos
olhos após muito tempo sem piscar são dois vilões da saúde ocular infantil.
Limitar, orientando um período de horas diária para o uso desses equipamentos
podem diminuir as chances de desenvolver esses e outros problemas oculares”,
afirma a oftalmologista.
“Para as
crianças que já usam óculos de grau ou que pretendem prevenir o desenvolvimento
de problemas oculares, o indicado é fazer o uso de lentes fotossensíveis, como
as lentes Transitions, que protegem os olhos da luz azul nociva emitida pelos
aparelhos eletrônicos, e também dos raios UV, proporcionando conforto e
proteção nas ações do dia a dia”.
Observe
os hábitos de seus filhos
Essa dica
é válida também para os professores, pois é necessário estar alerta aos sinais
dos alunos em sala de aula. Ficar atento às características de
comportamento das crianças pode ser crucial para identificar problemas com a
saúde ocular. “Crianças que coçam os olhos ou piscam com muita
frequência podem ter problemas de lubrificação, alergias ou até estarem
sujeitas a desenvolver ceratocone, alteração na forma da córnea. Queixar de dor
nos olhos, chegar muito próximo do quadro da sala de aula, ter dificuldade de
concentração ao realizar atividades de perto e lacrimejamento dos olhos, podem
indicar miopia e hipermetropia”, afirma a oftalmologista.
“Desvio
dos olhos ou falta de paralelismo podem indicar a presença de estrabismo.
Pupilas borradas ou com reflexo branco em fotografias podem indicar
problemas mais sérios como a catarata ou alterações no fundo de olho.”. Por
isso, e mesmo seguindo todas as dicas citadas acima, é necessário incluir na
rotina de exames das crianças uma visita regular ao oftalmologista, apenas um
médico especialista consegue mapear e identificar as necessidades e soluções
para os problemas visuais de cada criança.
Transitions Optical
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