Estudo Mapa
Político do instituto Hello entrevistou pessoalmente 1.993 eleitores e revela
que a proporção do eleitorado que tem muito interesse pelas eleições aumentou
150% em 4 anos.
DIREITA X ESQUERDA
Desde as eleições de 2014, a Hello consulta a
população sobre qual seria seu posicionamento político entre os campos da
“esquerda”, do “centro” e da “direita”. Nestas eleições, há maior número de
pessoas declarando ter algum posicionamento – neste ano, 25% dos entrevistados
declarou não saber sua posição política, enquanto em 2014 eram 40%.
O estudo também mostra que se há 4 anos 30% se
declarava Centro, esse número se diluiu entre Esquerda e Direita. Hoje são 26%
os que se consideram de Esquerda (Centro-Esquerda, Esquerda ou Extrema
Esquerda) e 28% de Direita (Centro-Direita, Direita, Extrema Direita). Os
declarados “Centro” somam 22%.
Para o diretor da Hello, Denis Bertoncello, todos
esses resultados servem como termômetro da evolução do debate político no
Brasil. “Quando realizamos o primeiro levantamento, às vésperas do início da
campanha presidencial de 2014, vínhamos de um forte movimento de descrédito na
política, as manifestações de 2013, o “não vai ter Copa”, e 40% do eleitorado
não se posicionava. Mesmo com a forte polarização entre Dilma e Aécio nas
eleições e depois com o agravamento da crise política, o que vimos até 2016 não
foi uma maior “polarização” do eleitorado, mas sim o fortalecimento de uma
aversão à política: enquanto os polos da direita e da esquerda continuavam cada
um com cerca de 15% do eleitorado, chegou a 57% a proporção daqueles que não
tinha posição nenhuma”, diz.
ENGAJAMENTO
Apesar de serem maioria, mais brasileiros têm
demonstrado muito interesse pelas eleições. Se em 2014 eram apenas 10% com
muito interesse no pleito, neste ano, são 25%. Por outro lado, a faixa daqueles
com nenhum interesse pelas eleições permanece a mesma, cerca de 3 em cada 10
entrevistados. Nas eleições deste ano também há mais pessoas que votariam mesmo
não obrigadas, saindo de 30 para 35% dos eleitores.
Entre os segmentos mais engajados nessas eleições
temos aqueles eleitores om nível superior de educação e os simpatizantes da
direita. Entre esses dois públicos, a parcela daqueles que se consideram muito
interessados nas eleições vai a 34% (contra 25% da média). Depois, destacam-se
os nordestinos e os homens, com 30% dos públicos demonstrando muito interesse
nas eleições, e os eleitores de 25 a 34 anos, com 29%.
Do outro lado, 33% do eleitorado diz ter nenhum
interesse nas eleições, sendo a situação mais grave entre aqueles que declaram
não ter posição política (44%), e depois entre os moradores do Sul, as mulheres
e os eleitores com mais de 60 anos (nos três casos a parcela de eleitores sem
interesse é de 36%).
POLÍTICOS E PARTIDOS
Lula e Bolsonaro são os políticos melhores
colocados na preferência do eleitorado, mas, o número de pessoas que não tem
político preferido segue destacadamente alto, sendo praticamente 5 vezes maior
do que o número de pessoas que dizem preferir Lula.
A pesquisa avaliou qual o posicionamento político
daqueles que informaram ter preferência por Lula e Bolsonaro. Entre a parte do
eleitorado que prefere Bolsonaro, destaca-se em larga medida aqueles que se
posicionam como de direita, depois, os de centro. Já Lula conta com apoio mais
equilibrado entre o eleitorado que se assume de direita e de esquerda.
Os entrevistados também indicaram qual seria o
posicionamento político dos partidos a partir do que entendiam por esquerda,
centro e direita e pelo que conheciam de cada sigla. Este ano, 72% dos
eleitores souberam posicionar o PT em algum ponto dessa escala sendo que, em
2014, foram apenas 45%, o que revela maior afinidade do eleitorado com os
conceitos. O PT é hoje na visão do eleitorado o partido mais à esquerda e, do
outro lado, está o PSDB, mais à direita. Sobre os tucanos, 66% dos eleitores
souberam informar a posição política nesta edição da pesquisa, contra apenas
38% em 2014.
“Passado o impeachment e a prisão do Lula, podemos
dizer que a polarização no Brasil aumentou, com cada polo político praticamente
dobrando de proporção de simpatizantes em relação ao que se via em 2014.
Aumentou também o número de pessoas que sabem posicionar os partidos no
espectro da esquerda à direita, e o PT e o PSDB aparecem cada um em uma ponta,
reforçando essa polarização”, analisa Bertoncello.
A PESQUISA
A pesquisa entrevistou 1993 eleitores na primeira
quinzena de agosto. As entrevistas foram realizadas presencialmente nas casas
dos eleitores, com pessoas com mais de 16 anos, das classes A, B, C, D e E de
diversas escolaridades e de todas as regiões do país.
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