"Não sei para onde vai a minha carreira,
muito menos o que sonhar para o meu futuro". Especialista dá dicas de como
'reconstruir" uma nova fase profissional
Um dos momentos mais difíceis na vida é com certeza quando o
indivíduo se depara com o "desemprego". Quem já passou por uma
situação desta sabe como dói e muitas vezes o "negativismo" domina
nossos pensamentos e deixamos nos levar por uma maré de acontecimentos.
"Não sei para onde vai a minha carreira, muito menos o que
sonhar para o meu futuro". Tal afirmação, embora pareça fúnebre e
desesperançosa, traduz aquele pensamento intrometido que a maioria dos
indivíduos possuem, basta que se deparem com situações difíceis, principalmente
neste semestre, onde o desemprego já atingiu mais 13,7 milhões de brasileiros.
Mais de 1 milhão só nestes seis primeiros meses.
Seria o fim da felicidade profissional? Longe disso. De acordo com
estudos desenvolvidos pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, 70%
dos pensamentos pessimistas a respeito de si próprios e, consequentemente,
sobre suas carreiras, não passam de uma "armadilha". Isto é: para
justificar uma ameaça, o cérebro passa a distorcer os acontecimentos.
Em vez de articular as interpretações, como, por exemplo,
"estou desempregado, mas esta situação é temporária", o psiquismo
engendrado pela negatividade prefere a tática perversa de pensamento
"perdi o emprego, nunca mais conseguirei retornar ao mercado de
trabalho", em uma tentativa agonizante de reconstruir o mundo ideal e, ao
mesmo tempo, permanecer fiel ao vitimismo.
Mas, como assim?
Para a Master Coach, Aline Salvi Schmidt, a lógica é simples. Ao
fazer de uma pequena perda uma hecatombe, o indivíduo prefere acreditar que
perdeu tudo, uma vez que isso cria a ilusão de que, "sem um tostão no
bolso", ele será obrigado a direcionar tudo de si para que, quem sabe um
dia, algo bom aconteça em sua vida.
Em outras palavras, em vez de se concentrar em manter a energia
vital que restou da perda de uma posição favorável - o emprego -, esvaziar-se
totalmente de energia, alimenta a fantasia composta por "só posso recriar
uma situação se, antes disso, tudo estiver destruído". Ora, para erguer um
imponente edifício, por que não começar logo por cima dos escombros?
Na visão de Salvi, entretanto, o estratagema é perigoso e
delirante. Ninguém precisa reduzir tudo a poeira e pó para que novos andares
possam ser construídos por cima de uma parede que, infelizmente, desabou.
Este mecanismo, em vez de conferir mais energia para manusear
lajotas e erguer vigas de aço, esgota o psicológico, tornando-o improdutivo e
infeliz.
Para escapar à demolição profissional, basta que algumas medidas
simples sejam tomadas.
A primeira delas consiste em confrontar fatos, aproximando-os do
real. Para isso, basta articular respostas para as perguntas: "esta é a
primeira vez que perco o emprego?", "o que, de fato, aconteceu comigo
da outra vez?" e "que consequências tangíveis esta situação
trouxe?"
Diminuir os exageros também é essencial para edificar a estrutura
do eu. Por que ladrar os discursos hiperbólicos "isto sempre acontece
comigo" ou "o meu currículo não é competitivo como os demais?".
Ao substituí-los por sentenças positivas como "isto foi uma adversidade
que pode ser contornada", sobrará vitalidade para ir à luta e galgar o
cargo que desejo.
Culpar-se pelo que não deu certo? Nunca mais. Lei 10/90: Em vez
disso, reinterpretar o passado, tornando-o mais afável, pode liberar traumas
ocultos que lhe aprisionam. Diga adeus às lamúrias "não me graduei, por
isso fui demitido" e "não me conformo com esta demissão",
trocando-as pela interpretação "isto aconteceu para que eu pudesse mudar o
rumo da minha carreira".
Desistir da bonança que virá no futuro? Isto não funciona. Para a
lei da atração (física quântica) e também para a psicologia positiva, manter
constantemente os pensamentos formados por "eu vou realizar",
"este ano irei fazer" e "meu sonho é" faz com que os pontos
fortes da personalidade se mantenham atuantes, conferindo maior tônus para cada
atividade, função ou desafio que virá pela frente. Essa é a escolha dos ícones
de sucesso, um mindset positivo que lhe trará resultados diferenciados.
Por fim, ser grato por tudo que acontece, até nas situações mais
sórdidas, faz com que uma consistente argamassa seja firmemente colocada entre cada
pedacinho da estrutura mental, tornando-a una, pronta para retribuir toda a
benevolência dada pela obra da vida. Afinal, mesmo a pau e pedra, nem tudo
precisa ser o fim do caminho.
Aline Salvi Coach - Master Coach, formada
em Direito, pós-graduada em Comunicação com o Mercado, Especialista em
Programação Neuro Linguística (PNL), é Analista Comportamental.
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Youtube: Aline Salvi Coach
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