Medicamento diminui a quantidade de luz que
penetra nos olhos. Conheça as opções
para corrigir a visão de perto
A mais nova opção para corrigir a visão de perto de quem
já passou dos 40 anos é o colírio PRX que acaba se ser divulgado em um estudo
pela AAO (Academia Americana de Oftalmologia). Mas calma, ainda não dá para
dizer que esta é a melhor terapia para você abandonar os óculos de leitura.
Isso porque, está em processo de aprovação pelo FDA, agência americana que
regulamenta medicamentos, similar à ANVISA no Brasil.
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido
Burnier de Campinas afirma que a partir dos 40 anos todos nós passamos a ter
dificuldade de enxergar de perto por causa da presbiopia ou vista cansada. “A
diminuição da visão de perto é causada pelo envelhecimento do cristalino, lente
interna do olho que perde a flexibilidade para focalizar automaticamente as
imagens em diferentes distâncias” afirma.
Nos países em desenvolvimento como o Brasil, relatório da
OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta a falta de correção da presbiopia
como a causa mais comum de deficiência entre pessoas economicamente ativas. São
cerca de 50 milhões de brasileiros présbitas. Para se ter ideia, Queiroz Neto
afirma que das 3072 pessoas diagnosticadas com
problemas de refração e presbiopia em uma
recente ação social realizada no hospital em
parceria com a ONG internacional,
OneSight para distribuir consultas e óculos gratuitos, 18% afirmaram que tinham
engavetado uma receita, por falta de condições financeiras de comprar os
óculos, ou seja, quase o dobro do estimado pelo CBO (Conselho Brasileiro de
Oftalmologia).
Estudo
O oftalmologista diz que o novo colírio pode ser uma
solução para quem tem dificuldade de usar óculos de leitura, mas a ação do
medicamento exige cautela. “Isso porque a nova droga provoca a contração da
pupila, melhorando a visão de perto sem afetar a visão à distância. O problema
é que as gerações anteriores de colírios com efeito semelhante provocavam uma
série de efeitos colaterais indesejáveis como espasmo acomodativo, dor na
sobrancelha, inflamação do segmento anterior, entre outros”, ressalta.
No estudo apresentado na AAO participaram 58 pacientes
entre 48 e 63 anos de idade. Logo após a instilação os participantes tiveram
escurecimento da visão causado pela contração da pupila. Uma hora depois, 47,2% apresentaram três
linhas de melhora na visão de perto e 91,7% melhoraram em pelo menos duas
linhas. Os efeitos duraram até 7 horas em metade dos olhos, mas os
participantes referiram irritação ocular. Por isso, para Queiroz Neto é
necessário um estudo conclusivo para apontar este colírio como uma opção segura
que substitua os óculos de leitura, multifocais e as lentes de contato” alerta.
Cirurgia
refrativa
O oftalmologista afirma que na maioria das pessoas a
presbiopia progride até 65 anos quando o cristalino zera sua capacidade de
alternar o foco para perto e longe. Para quem não gosta de usar óculos uma
alternativa segura é a monovisão com lente de contato que calibra o olho
dominante para enxergar à distância e o outro para enxergar próximo. A correção
da presbiopia também pode ser feita pela moldagem da córnea pelo excimer laser,
usando o mesmo princípio da monovisão com lente, mas requer teste anterior
porque nem toda pessoa se adapta bem. A técnica, observa, é mais indicada para quem usar a visão de
perto na atividade profissional.
Implante
reversível
O implante de uma microlente no interior da córnea, lente
externa do olho comparável ao vidro do relógio, é o procedimento menos invasivo
para corrigir a presbiopia. Queiroz Neto explica que a lente é inserida com a
ajuda de um laser que faz um bolso na córnea onde a microlente é fixada.
Existem três tipos diferentes de microlentes no mercado e a escolha depende das
características da visão de cada pessoa. A principal vantagem do implante é ser
um procedimento reversível, que pode ser retirado quando surge catarata.
Lente
intraocular
Conforme envelhecemos o cristalino do olho se torna
turvo. É a catarata que tem como único
tratamento a cirurgia que substitui a
lente natural do olho pelo implante de
uma sintética. A última geração de lentes intraoculares multifocais
corrige a visão de perto, meia distância e de longe. Para quem tem
astigmatismo, vício de refração que triplica conforme envelhecemos as lentes
tóricas multifocais são as mais indicadas e corrigem inclusive pequenas
imperfeições visuais que interferem na refração. “Hoje só usa óculos depois dos
sessenta anos quem quer”, conclui.
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