Nascida em 1921, Betty Friedan abordou a
inquietação feminina que ocorria no século XX. Escreve a autora: “quando a
mulher fazia as camas, as compras, comia sanduíches de amendoim com seus filhos
e se deitava junto ao seu marido às noites, lhe dava medo fazer, inclusive
fazer a si mesma, a pergunta nunca pronunciada: Isso é tudo?”.
Pontua a pesquisadora Betty Friedan que as mulheres
de então sentiam um desconforto anônimo e costumavam referir-se a ele,
verbalizando sentir-se vazia, incompleta, faltar algo e, não sabendo como
resolver a indecifrável situação, recorriam muitas vezes à tranquilizantes.
A pesquisadora e doutora em gêneros, Alice Schuch,
observa que o que foi acima referido pode ser relacionado com a teoria geral da
motivação enunciada por Maslow, em particular, a teoria da satisfação de
necessidades, que segundo o autor constitui o mais importante princípio para o
desenvolvimento humano sadio, qual seja, a tendência para o surgimento de uma
nova e mais elevada necessidade quando, ao ser suficientemente satisfeita, a
necessidade inferior é preenchida.
“Retomando o tema motivação, reportamos nossa
visita aos pensadores japoneses, país onde existe a crença de que a longevidade
e a saúde estão diretamente relacionados à alegria de se estar realizando
aquilo que se ama. Trazemos então a etimologia do termo Ikigai: ikiru, viver, e
kai, a realização do que se deseja. Esse conceito pode nos ajudar na busca
daquilo que dá sentido à nossa vida. Segundo ele, quando com igual feedback você
responder as quatro perguntas que seguem, você está a caminho do seu ikigai: o
que você ama? O que você é bom em fazer? O que você pode ser pago para fazer? O
que você faz que é bom para o mundo?”, mostra Alice Schuch.
A busca do autoconhecimento preconizada pelo método
Ikigai se baseia na junção de quatro dimensões da nossa vida: a paixão, a
vocação, a profissão e a missão.
“Em pleno século XXI, tempo do Neofeminino, sabemos
que aquela situação pode ser boa, mas não é tudo. Cada uma de nós possui o próprio
Ikigai e é hora de encontrar o seu. Pense com carinho e responda: qual é o meu
ikigai?”, conclui Alice.
Alice Schuch - escritora, palestrante, doutora e pesquisadora do universo feminino
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